O preço do petróleo chegar a US$ 50/barril é possível, mas não é sustentável, afirmou o CEO da Brava Energia, Décio Oddone, em entrevista à imprensa após participar do painel “Energy Forecasting and the Oil Industry: A Strategic Outlook”, na terça-feira (28), no primeiro dia da OTC Brasil 2025, que aontece até quinta-gfeira (30) na ExpoRio, no Rio de Janeiro. 

Para o executivo, a tendência é que o preço do petróleo, que nesta quarta-feira (29) está cotado a US$ 64,40 o preço do Brent. Na sua explicação, houve diversos ciclos longos de preço de petróleo e com a entrada do shale no mercado “foi o fim do petróleo caro”. 

Segundo Oddone, o shale permitiu a produção de reservas abundantes e em um ciclo curto. “Se o petróleo está muito alto, o pessoal perfura no shale – e não há só produção nos EUA, tem na Argentina, no Brasil. E se você tiver um preço acima de US$ 80, você viabiliza a produção do shale, e vem rapidamente”, explicou o CEO. 

Na visão do executivo, hoje, o breakeven do shale está em US$ 60/barril. Caso o preço fique abaixo deste valor, a oferta diminuirá. “Minha leitura é que o preço passou a flutuar numa faixa de US$ 60 e US$ 65 pelo breakeven do shale e US$ 85, que é quando ganha-se muito dinheiro no petróleo”, apontou Oddone. 

Diante disso, o presidente da Brava enxerga o shale como uma balança do preço do petróleo. Ou seja, se o preço estiver alto, a produção de shale aumenta; se o preço estiver menor, o shale diminui. 

Neste mesma discussão, estava o vice-presidente e Chief Strategist para o Upstream Energy Group da S&P Global Commodity Insights, Bob Fryklund, que, durante sua fala, levantou a hipótese de que o preço do petróleo possa chegar a US$ 50.

A queda do preço da commodity está ligada à previsão de sobreoferta, provocada, principalmente, pela volta gradual dos volumes da Opep+ ao mercado. Fryklund questiona se essa previsão vai se concretizar mesmo ou não. 

“O preço do óleo terá um alto e baixo rápido ou irá diminuir e ficar em um preço baixo por um tempo maior? E se você é um produtor, o que é melhor: ter um alto e baixo rápido dos preços, como era na Covid-19, ou que fique menor por um tempo maior, uns três anos mais ou menos?”, finalizou Fryklund.