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Brasil precisará de 345 GW de energia limpa até 2050

Estudo realizado pela PSR prevê que o incremento de energia limpa, que exigirá investimentos de US$ 450 bilhões, manterá a taxa de renovabilidade da matriz elétrica em 90%

Por Eugênio Melloni

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Estudo realizado pela PSR contribuirá para as discussões na COP30

O Brasil precisará implantar 345 GW em capacidade de energia limpa até 2050, com investimentos estimados em US$ 450 bilhões. O cálculo, contido no relatório Coalizão do Setor Elétrico: Energia Limpa, Competitiva e Resiliente para Transformar o Brasil, envolve a necessidade de acréscimo de energia elétrica limpa para manter a taxa atual de renovabilidade da matriz em 90% até 2050.

O estudo foi apresentado em evento realizado hoje, em Brasília, pela “Coalizão do Setor Elétrico para Descarbonização rumo à COP30”. Liderado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CBEDS) e pela Abradee, a coalização produziu, com o apoio da PSR, o trabalho como uma contribuição do setor elétrico para as discussões a serem realizadas na COP30 (confira aqui o sumário executivo).

De acordo com o CEO da PSR, Luiz Barroso, os investimentos na ampliação da oferta de energia elétrica serão necessários para garantir um taxa de renovabilidade de 90% da matriz elétrica atual até 2050, o que permitirá uma importante contribuição da redução das emissões inclusive de outros setores da economia.

Barroso lembrou que atualmente o setor elétrico responde por apenas 2% das emissões no Brasil, enquanto que no mundo o segmento é responsável por 30% das emissões. Enquanto no Brasil a participação de fontes renováveis é de 90%, no mundo é de 41%. "Mas essa distância vem encurtando", disse Barroso. "A nossa ambição é que amanhã sejamos muito parecidos com o que somos hoje."

Segundo o estudo, se o setor elétrico brasileiro conseguir chegar a 2050 com 90% de energia limpa, conseguiria reduzir as emissões em 145 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano ao permitir a eletrificação do transporte. Também proporcionaria uma redução de mais 45 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano na indústria e 4 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano nas residências - 2 a cada 3 residências poderão estar ser totalmente eletrificadas. E conseguiria, a partir da exportação de produtos verdes, obter uma redução adicional de 77 milhões de toneladas de CO2 equivalentes por ano. Ao todo, a descarbonização total somaria 176 milhões de toneladas de CO₂ por ano. 

"O mundo não vai pagar prêmio pela energia renovável. O mundo vai pagar pela energia barata. Só que no Brasil a energia mais competitiva é a energia limpa", disse Barroso. Segundo ele, o país alinha automaticamente dois conceitos: o da competitividade com o da transição energética. "O Brasil pode oferece, portanto, um bônus verde em cima de sua competitividade", concluiu.

Para atingir aos objetivos esperados para 2050, o estudo alinha algumas condições. São elas: não criar nem estender subsídios; garantir a sustentabilidade econômico-financeira do setor; modernizar as tarifas dos usuários do sistema; vedar a contratação compulsória de recursos não incluídos pelo planejamento; promover políticas para o incentivo à eletrificação.

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