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Prates diz estar triste, “só isso”, e que pensa em política

O conselho de administração aprovou a demissão do ex-presidente da Petrobras e a entrada da diretora de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti, em seu lugar, interinamente. O diretor Financeiro, Sérgio Caetano, entregou o cargo logo em seguida.

Por Fernanda Nunes

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Jean Paul Prates deixa a sede da Petrobras pela última vez

Jean Paul Prates saiu da sede da Petrobras como presidente da empresa pela última vez no início da tarde desta quarta-feira, 14. Logo em seguida, o conselho de administração aprovou a sua demissão e o nome da diretora de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti, como interina no cargo, até a chegada definitiva de Magda Chambriard.

Prates saiu a pé e não pela garagem do Edifício Senado, o Edisen, no centro da cidade do Rio. Na calçada, cumprimentou alguns trabalhadores e falou rapidamente com jornalistas, emocionado e ainda com o crachá número um da estatal. “Estou triste. Só isso”, afirmou.

“Tenho que trabalhar. Eu sempre trabalhei. Eu vivo das minhas horas de trabalho. Não sou rico e nem fiquei rico”, complementou. Questionado se pretende continuar no PT, ele respondeu “vamos ver”. “Estou pensando em política, nessas coisas todas. Mas não vou tomar decisão alguma agora”, disse. Confira no vídeo aqui.

Parceiros de longa data de Prates, o diretor Financeiro, Sérgio Caetano, e o gerente-executivo de Relações Institucionais da empresa, João Paulo Madruga, entregaram os seus cargos. Caetano foi substituído, nesse primeiro momento, pelo gerente-executivo de Finanças, Carlos Alberto Rechelo Neto.

Ainda na calçada, antes de entrar no carro, o ex-presidente aproveitou a oportunidade para elencar os feitos da sua gestão. Primeiro, falou da política de preços dos combustíveis, ‘abrasileirada’ com o fim da paridade internacional, “como o presidente (Lula) pediu”.

“Eu acho que deixo a política de preço ajeitada. Deixo toda a questão da indústria, da reindustrialização da Petrobras, encaminhada no refino, nos fertilizantes e no setor naval”, argumentou ele, complementando que “os trabalhadores estão tão esfuziantes de trabalhar para essa empresa de novo”.

Sobre a política de pagamento de dividendos, um dos pontos de atrito com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, Prates disse ter se preocupado com o desgaste do valor da empresa, no período em que esteve à frente da estatal. “A gente conseguiu entregar (o controle da Petrobras) com a ação subindo”, defendeu.

 

Transição

Enquanto a engenheira Magda Chambriard não assume definitivamente a presidência da Petrobras, o comando da estatal fica por conta de Clarice Coppetti, diretora de Assuntos Corporativos, que possui um histórico de trabalho em órgãos do governo federal.

Coppetti foi vice-presidente de Tecnologia da Informação da Caixa Econômica Federal (CEF) e diretora de Relações Institucionais da Norte Energia. No banco, também integrou comitês, como os de Risco e de Auditoria. Ela ainda foi membra titular do conselho de administração da Caixa Capitalização e do conselho fiscal da Fundação dos Economiários Federais, a Funcef, entre outros cargos.

Na Petrobras, ganhou notoriedade por desenvolver uma política de combate ao assédio sexual e pela realização de novos concursos para a contratação de profissionais. No período de um ano de atuação, cresceram as denúncias de violência contra mulheres e também de punições. “O único número aceitável de misoginia, assédio sexual e violência do trabalho é zero”, afirmou à Brasil Energia, em entrevista exclusiva, no Dias das Mulheres deste ano.

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