Fornecedores defendem "conteúdo local por mérito"

Diante do dilema da necessidade de industrialização e a atratividade do ambiente de negócios, a política de conteúdo local deve ser alcançada por mérito e competitividade. A conclusão é dos participantes do painel “Caminhos para a competitividade sustentável no fornecimento de bens e serviços”, realizado na manhã desta quarta (27), na Rio Oil and Gas. Mediado por Rodrigo Ribeiro, presidente da Abespetro, o debate contou com Jean Philippe Melon, country manager da TechnipFMC, Bruno Chabas, CEO da SBM, e Bruno Alves, country manager da Schlumberger.

Outro dilema apontado pelos participantes foi a questão da transição energética diante da segurança energética. Na avaliação dos executivos, a disruptura causada pelo contexto de pandemia e da guerra na Europa colocou em xeque não apenas a cadeia de suprimentos, mas toda a indústria de petróleo e gás, com reflexos na redução dos investimentos.

“Desde 2010, o mundo ingressou na rota da sustentabilidade em direção à descarbonização. Constatamos, porém, que a equação da energia é uma combinação entre sustentabilidade e segurança energética”, afirmou Chabas, da SBM. O executivo destacou, ainda, que a falta de investimentos cria gargalos para a indústria de FPSOs.

O country manager da TechnipFMC, por sua vez, disse que a volatilidade dos preços é um aspecto que adiciona complexidade à cadeia de fornecedores. O executivo também apontou dificuldades para contratar de mão de obra qualificada no Brasil. 

Já Bruno Alves, country manager da Schlumberger, salientou que, apesar do cenário geopolítico adverso, a crise cria oportunidades para investimentos para atender a demanda a curto e médio prazo. Em sua avaliação, o processo de globalização começa a ceder lugar para a regionalização da cadeia de suprimentos global.