Medicina diagnóstica busca matriz energética limpa

Revista Brasil Energia | Ações em Transição Energética

Conteúdo oferecido por FICTOR ENERGIA

Medicina diagnóstica busca matriz energética limpa

Como um importante segmento de serviços, cuja característica é a capilaridade em todos os estados do país, está resolvendo a mudança de sua matriz através de diversas iniciativas. Os números começam a aparecer no consumo de energia por exame realizado

Por Eugênio Melloni

Compartilhe Facebook Instagram Twitter Linkedin Whatsapp

Sede do Sabin em Brasília: com 358 unidades espalhadas pelo país, grupo optou por migração ao mercado livre de energia e contratos com fazendas solares (Foto: Divulgação/Sabin)

O segmento de medicina diagnóstica, que reúne os laboratórios de exames de saúde, está promovendo a sua jornada de transição energética valendo-se de diferentes formatos de contratação de energia renovável: adesão ao mercado livre de energia, geração distribuída, contratos de fazendas solares e investimento em autoprodução. Tais iniciativas se ajustam bem a um negócio caracterizado por grande capilaridade, em que as empresas disputam espaços em todos os estados do país.

De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), 72% das 25 empresas associadas haviam optado, até 2023 (últimas estatísticas disponíveis), por receber energia do mercado livre de energia. Entre os associados, 60% declararam utilizar energia solar, enquanto 16% disseram recorrer à energia eólica e à gerada a partir da biomassa para atender às suas necessidades.

 Diretora-executiva da Abramed, Milva PaganoA diretora-executiva da Abramed, Milva Pagano (foto), destacou que as ações adotadas pelos associados incluem ainda a transição para modais mais sustentáveis de transporte e implementação de inventários de emissões de gases de efeito estufa. Além dos ganhos ambientais, o esforço para mudar a matriz energética do setor tem resultado em economia: os associados da entidade registraram, no ano passado, uma redução de 25% no consumo de energia elétrica por exame realizado, segundo Milva.

Grupo Sabin: capilaridades exigiu mix de alternativas

A jornada da transição energética do Grupo Sabin, um dos maiores do segmento de medicina diagnóstica do país, vem sendo realizada por meio de uma diversidade de ações, de forma a ajustar-se às características do próprio negócio. Contando com 358 unidades espalhadas pelo Brasil, o grupo, que ocupa a terceira posição no ranking setorial, recorreu a uma mescla de migração ao mercado livre de energia, por meio do qual recebe energia gerada a partir de fontes renováveis  (PCHs, usinas eólicas e geração a partir de biomassa, por exemplo) e contratos com fazendas solares com o objetivo de ter acesso a fontes renováveis de energia.

Os resultados dessa estratégia diversificada têm sido bastante positivos, tanto no que se refere à redução das emissões de gases de efeito estufa do grupo quanto aos ganhos econômicos com a nova configuração de fornecimento de energia para o grupo. Em dezembro do ano passado, o Grupo Sabin obteve, pelo quarto ano consecutivo, o Certificado de Neutralização das Emissões de Gases de Efeito Estufa, com 2,270 mil toneladas neutralizadas.

Andreia Pinheiro, diretora de Comunicação e Relações Institucionais do grupo Sabin“Somente na matriz do grupo, em Brasília, deixamos de emitir 231,68 tCO2 (toneladas de CO2 equivalente) em 2024”, exemplifica Andreia Pinheiro (foto), diretora de Comunicação e Relações Institucionais do grupo. A matriz, que congrega 118 unidades, é o maior polo consumidor do grupo,

De acordo com a executiva, a estratégia atingiu o ponto alto neste ano, quando 85% das unidades de atendimento passaram a ser abastecidas com energia limpa. A busca por fontes renováveis de energia faz parte de compromisso público firmado pela empresa, por meio do qual estabeleceu meta de ampliar em 15% ao ano a participação de energia limpa em seu fornecimento. Andreia acrescenta que vários projetos estão próximos de serem aprovados nessa frente, o que deverá permitir à empresa atingir a marca de 90% de fornecimento de energia renovável.

A companhia iniciou o movimento de transição energética muito antes de a iniciativa transformar-se em medida de emergência, diante do agravamento da crise climática. A empresa foi a primeira do seu segmento a assinar, em 2007, o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Andreia lembra que o primeiro contrato para a migração de unidades para o mercado livre de energia foi firmado em 2019, iniciando o fornecimento de energia limpa para a empresa.

Nessa trajetória, o grande desafio tem sido mesmo a capilaridade das unidades do grupo, explica Andreia. Formada por meio de sucessivas aquisições, a rede de atendimento do Sabin abrange 78 municípios em todas as regiões do país. Essa configuração exige que a empresa adote soluções diferenciadas que levem em conta tanto as características da demanda local quanto as condições do fornecimento disponível em cada área.

Dasa: investimentos em usinas solares e migração para o ML

A Dasa, que conta com mais de 850 unidades de atendimento no Brasil e na Argentina, vem adotando uma estratégia para a sua jornada de transição energética que contempla investimentos em usinas solares e migração para o Mercado Livre. Em 2024, segundo informações do Relatório de Sustentabilidade da companhia, 71 unidades migraram para o mercado livre de energia ou passaram a contar com a geração distribuída. A companhia encerrou 2024 com 346 unidades de diagnósticos atendidas por GD.

Também em 2024, a companhia aderiu à autoprodução de energia, contando com o suporte de 12 usinas solares em funcionamento até o fim do ano passado e outras três em construção. A empresa participa também de sete consórcios com o objetivo de ampliar ainda mais a oferta de energia renovável. No ano passado, 346 unidades de diagnósticos contavam com o fornecimento a partir de geração distribuída.

Localizada em Amontada (CE), a primeira usina solar da Dasa entrou em operação em fevereiro de 2022, com potência instalada de 388,6 KWp e capacidade de geração de energia de até 51,59 MWh/mês. A produção de energia atendeu às necessidades das unidades da companhia em Fortaleza (CE).

Veja outras notícias sobre ações em transição energética

Últimas