Revista Brasil Energia | Rio Oil and Gas 2022
Downstream será uma grande alavanca para a transição energética
A posição relevante do Brasil em relação ao uso de biocombustíveis no mundo contribui para as discussões que envolvem a transição energética
O setor de downstream será uma “grande alavanca” para a transição energética, apontou o gerente executivo de Integração de Negócios e Participações da Petrobras, Daniel Pedroso, durante o painel “A Transformação Do Downstream Imposta Pela Transição Energética – Caminhos Para O Brasil”, no terceiro dia da Rio Oil & Gas 2022, na quarta-feira (28). Ele e os demais painelistas concordam que o Brasil é, e continuará sendo, um grande player no mercado de biocombustíveis mundial.
O painel também contou com a participação da vice-presidente de estratégia e sustentabilidade da Raízen, Paula Kovarsky, do secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Rafael Bastos da Silva, e do vice-presidente executivo de B2B da Vibra Energia, Bernardo Kos Winik.
Em sua fala, Pedroso afirmou que o Brasil é extremamente diverso nas matérias-primas de fontes renováveis, estando em uma posição de relevância mundial. O executivo também disse que o uso de biocombustíveis no Brasil é superior em comparação ao uso dos demais países, e que a regulação existente ajuda a criar um ambiente competitivo, no qual a indústria como um todo poderá trabalhar para a transição energética.
Na opinião do representante da Vibra, os combustíveis fósseis ainda serão importantes no geral para a transição energética, mas, até 2040, haverá uma redução relativa de seu uso. “O Brasil possui vantagem competitiva grande, mas não pode se deixar perder”, completou Kovarsky após fala de Kos Winik.
Planos para os biocombustíveis
Sobre o mercado de refino, Pedroso apontou que haverá uma demanda por bioquerosene de aviação (bioQAV), e que, até 2027, serão feitos aproximadamente US$ 600 milhões de investimentos em refino. Dentro desses investimentos há o projeto de uma unidade dedicada ao bioQAV, a fim de atender o mercado de aviação internacional.
Já o secretário do MME afirmou que o Brasil será, daqui a alguns anos, um dos maiores produtores mundiais de óleo vegetal hidrotratado (HVO) e de combustível sustentável de aviação (SAF), bem como haverá novas demandas pelo diesel renovável e pelo SAF.
Para o biometano, Silva informou que serão 25 novas unidades para produzir o combustível até 2027, com uma produção estimada de 240 milhões de m³ por ano, sendo fomentado pelas políticas públicas em andamento. Na Raízen, Kovarsky possui expectativa de que, em 2030, 80% do Ebitda da empresa seja oriunda de renováveis.
Newsletter Opinião
Cadastre-se para receber mensalmente nossa newsletter com os artigos dos nossos Colunistas e Articulistas em Petróleo, Gás e Energia