Revista Brasil Energia | Rio Oil and Gas 2022

GNL: recurso limpo e complementar à transição energética

Combustível pode ser usado como reserva para casos de desabastecimento, como escassez hídrica

Por Esther Obriem

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O GNL pode ser um combustível limpo complementar à transição energética no Brasil, disseram os participantes do painel "Oportunidades do GNL no Brasil” do Rio Oil & Gas 2022. A mesa foi moderada pela pesquisadora visitante no Oxford Institute for Energy Studies, Ieda Gomes, e composta pela vice-presidente da BP Brasil, Silvia Bisogni, vice-presidente da Excelerate na América do Sul, Gabriela Aguilar, e pelo diretor da EnClim, Roberto Ferreira da Cunha.

Em ambientes com grande presença de fontes limpas, Silvia destacou que o GNL mantém a segurança do fornecimento de energia. “Quando não chove e o sol não brilha, precisamos de um combustível confiável. O GNL está disponível como um combustível fóssil limpo que vai ampliar e substituir as usinas antigas”, explicou.

A executiva destacou que as termelétricas usam entre 50% e 60% de energia a menos em relação às usinas que usam carvão. De acordo com ela, as UTEs liberam menos CO2 na atmosfera e, por isso, podem ajudar no processo de descarbonização.

No começo, o objetivo era usar as termelétricas e usinas que queimam petróleo para substituir o carvão, explicou o diretor do EnClim. Agora, o próximo passo é mitigar as emissões de carbono e manter uma produção cada vez mais verde. Mesmo com as metas de net zero, Cunha acredita que o gás sempre estará presente nas indústrias.

“É preciso olhar para as tendências da Europa e das metas de descarbonização para entender o papel do GNL no futuro”, comentou. De acordo com ele, as metas net zero precisam ser pragmáticas para que todas as ações tenham retorno no futuro e o mercado receba novos investimentos.

No âmbito da América do Sul, a vice-presidente da Excelerate na América do Sul frisou que o atual modelo de produção de gás natural vai passar por alterações nos próximos anos. “O centro era a Bolívia, mas não vemos essa mesma dinâmica no futuro. Acreditamos que há uma segunda oportunidade para transportar gás do campo Vaca Muerta e trazer para o Brasil expandindo para Porto Alegre”, detalhou Gabriela.

Para os próximos 15 anos, a executiva prevê uma migração do gás para uma integração da energia. No entanto, a nova dinâmica será possível com investimentos de regulamentações firmes e de incentivos governamentais.

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