Revista Brasil Energia | Rio Oil and Gas 2022

Investimentos são a chave para o downstream brasileiro

A criação de um ambiente regulatório favorável é essencial para prosseguir na abertura do mercado de downstream, de acordo com painelistas na ROG 2022

Por Fernanda Legey

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No último dia da Rio Oil & Gas 2022, na quinta-feira (29), os painelistas entraram em consenso que a abertura do mercado trará investimentos, competitividade e novos agentes para o setor de downstream. No entanto, para prosseguir nessa abertura, é necessário criar um ambiente regulatório favorável, afirmou o CEO da Ipiranga, Leonardo Linden, durante o painel “A nova dinâmica competitiva nos segmentos de refino e operação logística”.

Além de Linden, o debate também contou com a participação da conselheira do IBP, Anelise Lara, do Coordenador-Geral de Análise Antitruste do Cade, Felipe Mundim, do CEO da Acelen, Luiz de Mendonça, e do vice-presidente da S&P Global Commodity Insights, Kevin Lindemer.

Em sua fala, Linden também afirmou que os investimentos em infraestrutura, logística e em modais logísticos são necessários para a distribuição brasileira avançar, bem como serão essenciais para a demanda crescente da importação de derivados. “A Ipiranga importa sim ou sim, porque depende da importação para abastecer seus clientes e o mercado”, completou o CEO durante o debate.

Por sua vez, o representante do Cade se mostrou favorável à livre concorrência do mercado, explicitando que o equilíbrio do abastecimento de combustíveis será feito a partir da oferta e demanda, além de ressaltar o papel do conselho em monitorar a conduta e o desempenho dos agentes do setor de downstream. 

Sobre o Cade, Mendonça concordou que o conselho está “cumprindo seu papel”, considerando que os outros agentes governamentais devem atuar para entender as dificuldades que os refinadores brasileiros possuem para serem competitivos. Diante disso, indicou que o processo de desinvestimento das refinarias da Petrobras deve continuar, pois o Brasil está competindo a nível internacional com outras refinarias.

Já o vice-presidente da S&P entende que não é necessário construir uma nova refinaria para aumentar a produção, sendo um caminho mais fácil expandir os investimentos nas unidades existentes. Mas, para isso acontecer, o Brasil deve continuar trilhando a abertura do mercado, pois somente com ele haverá transparência de preços e eficiência.

O Brasil é, para Lindemer, uma fonte de combustíveis de baixo carbono, mostrando-se um grande reservatório de matéria-prima sustentável. O executivo, inclusive, evidenciou “a ótima direção em que o país está tomando”, em referência à privatização das refinarias e à abertura de mercado.

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