Revista Brasil Energia | Rio Oil and Gas 2022

Multiplicidade de agentes trará mais produção e estoque de combustíveis no Brasil

Os painelistas da Rio Oil & Gas 2022 entendem que investimentos em infraestrutura, produção de diesel e distribuição são essenciais para o Brasil

Por Fernanda Legey

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Durante o primeiro dia da Rio Oil & Gas 2022, players do setor de midstream/downstream debateram sobre os desafios do suprimento de combustíveis a partir da nova realidade do refino e a abertura do mercado, onde concordaram que o Brasil precisa de estoques, e que a multiplicidade de agentes poderá trazer mais investimentos, mais infraestrutura para que eles sejam formados.  

Os assuntos foram abordados no painel “Garantia do abastecimento nacional num mercado com múltiplos refinadores”, e participaram nele Rubens Cerqueira Freitas, superintendente da Superintendência de Distribuição e Logística (SDL) na ANP, Francisco Ganzer, vice-presidente, supply & chain da Ipiranga, Sandro Paes Barreto, gerente executivo de comercialização no Mercado Interno da Petrobras e Valéria Lima, diretora de downstream do IBP.

Em sua fala, Freitas apontou que é necessário investimentos na área de refino e no aumento da produção de diesel S-10, onde o Brasil é deficitário e dependente de importação. Destes investimentos, o superintendente defendeu a ampliação dos terminais, bem como os distribuidores garantirem seu próprio negócio, reiterando que a ANP é uma agência muito complexa e que o mercado é “desafiante”, mas que “se temos uma agenda regulatória é para proteger o consumidor”.   

Já Ganzer argumentou como a demanda por combustíveis está por todo o Brasil. No entanto, dependendo da região o abastecimentos é complexo. Por isso, disse que é preciso fazer uma importação estrutural de diesel S10 para o interior do país, no entanto, compreende que precisa de muitos investimentos para isso acontecer e para manter os contratos de longo prazo que se compromete a entregar aos seus clientes como distribuidora.

Dentro dessa ideia de investimento, Valéria Lima argumenta que para a distribuição de produtos funcionar, investimentos de infraestrutura são necessários.

Por sua vez, Barreto entende que a decisão de compra de combustíveis não está na mão da Petrobras, mas na dos distribuidores, que é quem faz toda a inteligência logística e toma as decisões. Ademais, considera que o processo de abertura de mercado começou antes do desinvestimento dos ativos da estatal, relembrando que o Brasil já está inserido dentro de um contexto mundial, onde o olhar é contínuo e o mercado é volátil.

Estoque de combustíveis

Os estoques são importantes, segundo Rubens Cerqueira Freitas, “como se fossem um plano seguro”. É importante que o Brasil tenha investimentos a isso para ter estoques compatíveis com os países equivalentes, ou seja, os países de “primeiro mundo”, desenvolvidos, pois neles há estoques mandatórios, uma situação que o Brasil está aquém, como completou o superintendente.

Francisco Ganzer entende que na lógica da distribuição existem imperfeições, onde será necessário investimentos e capital para construir estoques que ajudem a suprir as emergências necessárias. Os estoques, no entanto, devem ter os custos ponderados, perceber os riscos e benefícios de sua criação e manutenção, ainda segundo Ganzer e apoiado por Sandro Paes Barreto.

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