Revista Brasil Energia | Rio Oil and Gas 2022

O desafio da descarbonização passa pela inovação, dizem painelistas na ROG 2022

O desenvolvimento dessas tecnologias e a integração entre elas, assim como as parcerias entre as petroleiras, são essenciais para a exploração do pré-sal

Por Ana Luisa Egues

Compartilhe Facebook Instagram Twitter Linkedin Whatsapp

O desafio da descarbonização é tão econômico quanto ecológico, e por isso a inovação faz parte central dessa discussão, afirmou Maiza Pimenta Goulart, gerente executiva do Centro de Pesquisa Petrobras (Cenpes), no painel "Novas tecnologias para o pré-sal: avanços recentes e como a tecnologia pode ajudar na geração de valor", realizado no primeiro dia da Rio Oil and Gas 2022 (26). "Nós vemos que existe uma demanda por projetos duplamente resilientes no futuro, principalmente no pré-sal, que combinam um baixo breakeven e a redução das emissões de carbono", afirmou Maiza em sua apresentação.

Essa dupla resiliência integra diversas tecnologias que abrangem várias áreas, do subsea – como o Hisep, patenteado pela Petrobras – ao topside - com equipamentos mais confiáveis e a eficiência nos processos visando reduzir a quantidade de homens expostos ao risco. O uso de sistemas inteligentes e integrados no subsea é um destaque, tendo sido citado, também, por Olivier Wambersie, diretor geral de Tecnologia da Shell no Brasil.

"Nós não estamos mais falando de projetos onde o FPSO é independente, por exemplo. O offshore agora está ligado ao uso de sistemas inteligentes subsea, sendo a tecnologia vital. Um estudo da International Energy Agency (IEA) já mostrou que 50% das tecnologias para descarbonização ou estão em estado inicial de estudo ou ainda nem foram criadas, por isso temos que acelerar esse desenvolvimento", completou Olivier.

O executivo também destacou que a digitalização – área que, inclusive, precisa de mais mão de obra, na opinião de Wambersie – vai chegar num ponto em que as decisões serão tomadas pelas máquinas e, eventualmente, os humanos vão intervir. "De um modo geral, o progresso vai ocorrer em muitas etapas complementares. Não há uma 'bala de prata', ou uma solução que resolve tudo. São várias soluções", completou o gerente da Shell.

O entrosamento entre essas soluções, alinhado a um cenário ainda de crise, faz com que as parcerias entre petroleiras sejam essenciais para o desenvolvimento dessas tecnologias. "A tecnologia para o pré-sal é fundamental. Aqui na Equinor, por exemplo, temos o compromisso de não só descarbonizar os projetos do pré-sal, mas também de todos os nossos outros projetos", disse Ana Serrano Oñate, vice-presidente de Subsuperficie da Equinor. Em Peregrino, por exemplo, a companhia pretende reduzir as emissões de carbono em 50% com o uso de gás natural em substituição ao diesel para a geração de energia nas plataformas que operam no ativo.

Newsletter Opinião

Cadastre-se para receber mensalmente nossa newsletter com os artigos dos nossos Colunistas e Articulistas em Petróleo, Gás e Energia

Veja outras notícias sobre rio oil and gas 2022

Últimas