Revista Brasil Energia | Rio Oil and Gas 2022

Os próximos passos para o desenvolvimento da indústria de gás natural

Em painel da Rio Oil & Gas 2022, palestrantes abordam os avanços e desafios para a ampliação do setor no Brasil

Por Esther Obriem

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O acesso à infraestrutura e transporte de gás natural, em janeiro de 2022, e a multiplicidade de players são os primeiros passos para uma “maratona” de desenvolvimento do setor, afirmou o diretor-executivo da Galp, Victor Santos Raposo, no painel “Oportunidades e desafios do novo ambiente de negócios no setor de gás natural brasileiro”, realizado na terça-feira (27) na Rio Oil & Gas 2022.

A conversa foi moderada pelo professor do Instituto de Tecnologia da PUC-Rio, Edmar Almeida, e contou com a participação do diretor-gerente da Spiecapag Intech, Jonathan Royer-Adnot, do diretor-executivo da Compass Gás e Energia, José Carlos Broisler Oliver, e do diretor-presidente da TAG, Gustavo Labanca.

No âmbito do transporte do gás natural, Raposo destacou que será necessária uma simplificação dos contratos para alinhamento do mercado. Já em relação à infraestrutura, é preciso ampliar o acesso aos by-products e aumentar os investimentos.

Segundo o diretor-executivo da Compass Gás e Energia, a grande necessidade do mercado de gás natural é a disponibilidade de moléculas. “A articulação de políticas públicas alinhada à articulação das empresas vai permitir que o produtor de gás natural escoe a molécula com calma, de forma que o consumidor final absorva o combustível”, detalhou Oliver.

Para Edmar, qualquer investimento na molécula vai precisar de investimentos futuros, e que o desafio é entender como operar o sistema para aproveitar a oportunidade de desenvolvimento dessas moléculas.

Ele ainda ressaltou que a integração das indústrias de gás natural é saudável para o desenvolvimento dos sistemas. “No mercado de petróleo funciona assim. As empresas competem entre si, mas cooperam para um consórcio quando necessário. Na indústria do gás, vai acontecer isso em alguns processos”, explicou Almeida.

Já Labanca reforçou a importância da integração das malhas de transporte de gás natural para garantir a segurança energética. Para o executivo, todas as fontes de energia precisam estar conectadas para garantir confiança. “Como termelétrica que usa GNL e não está conectada ao transporte, por exemplo. Se o navio não conseguir chegar ao porto, a integração pode ajudar no fornecimento do combustível”, disse o representante da TAG.

Ele expôs que a TAG investe, atualmente, em novos pontos de entrega e em novas conexões, como o terminal de GNL em Sergipe. Além disso, a companhia também investe nas remoções de gargalo, como na nova estação de compressão no Gasene para ampliar a troca no Sul e Sudeste.

Outro ponto importante para o desenvolvimento do mercado de gás natural é a estocagem, que ainda não é praticada no Brasil. Segundo o diretor-gerente da Spiecapag Intech, “não tem nada que impeça o armazenamento geológico no Brasil. As leis foram melhoradas e a ANP já conhece a atividade. O que falta é a liberação dos campos para serem convertidos”, afirmou. Royer-Adnot também disse que só é possível fazer estocagem enquanto há gás natural nos campos, e que alguns não “abrem a mão” para a implementação da atividade.

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