Revista Brasil Energia | Rio Oil and Gas 2022

Prumo e Neoenergia firmam parceria em hidrogênio verde e eólica offshore

O MoU, anunciado na Rio Oil & Gas 2022, prevê a realização de estudos para o desenvolvimento dos projetos no Porto do Açu

Por Esther Obriem

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A Prumo Logística e a Neoenergia assinaram um Memorando de Entendimentos (MoU) visando o desenvolvimento de projetos de hidrogênio verde e eólica offshore no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ). O acordo, que prevê a realização de estudos para esses projetos, foi anunciado durante o painel “Desenvolvimento do mercado de geração de energia eólica offshore no Brasil – desafios e oportunidades”, realizado no quarto dia (29) da Rio Oil & Gas 2022.

Moderado pelo CEO da Prumo Logística, Rogério Zampronha, o encontro teve participação da diretora executiva de Renováveis da Neoenergia, Laura Porto, do CEO da EDF Renewables Brasil, André Salgado, e do diretor de Eólicas Offshore da Equinor Brasil, André Leite.

“Vejo um presente e futuro muito bons para o nosso país. Não consigo pensar em outra coisa que não seja a eólica offshore no Brasil”, destacou Porto. De acordo com a executiva, a Prumo tem as mesmas preocupações de sustentabilidade que a Neoenergia e o respeito socioambiental é o ponto de partida de qualquer decisão da equipe.

Já Zampronha afirmou que o Porto do Açu fornece a infraestrutura portuária necessária para o desenvolvimento dos projetos, e é o único do país que consegue promover iniciativas de descarbonização. O complexo industrial possui mais de 60 km² de área disponível para crescimento e um calado de 25 m de profundidade.

Outra parceria

Esse é o segundo MoU assinado pela Prumo para o desenvolvimento de estudos em hidrogênio verde neste mês, já que o primeiro foi assinado com a EDF Renewables no último dia 14. No painel, Salgado comentou esta iniciativa e salientou que ambas as empresas têm como foco a transição energética no Brasil.

Para o próximo ano, o CEO da EDF Renewables espera instalar 2 GW de produção de energia eólica onshore. Atualmente, a companhia tem 1.85 GW de projetos viabilizados e 755 MW em construção. No mundo, a empresa tem 1.3 GW em operação, 1.5 GW em fase de construção e mais de 10 GW em desenvolvimento.

Marco regulatório e incentivos

A diretora executiva de Renováveis da Neoenergia afirmou que, além dos projetos para estudo do potencial de eólica offshore, o país também precisa investir em um marco regulatório para garantir segurança aos investidores. Para ela, a regulação precisa abordar as questões socioambientais e de desenvolvimento industrial. “O ponto de partida é um marco regulatório e o futuro da offshore será no mercado livre de energia, já que muitos projetos estão perto dos centros de carga. Isso evita grandes transmissões”, comentou Porto.

Já Salgado defendeu o incentivo na cadeia de fabricação e construção de turbinas eólicas offshore no Brasil, pois a importação vai encarecer o processo. “Precisamos de uma regulamentação clara, mas não me refiro a subsídios. Precisamos de incentivos para que as empresas se instalem e desenvolvam a cadeia logística de maneira competitiva”, comentou o CEO da EDF Renewables Brasil.

Por sua vez, o diretor da Equinor Brasil disse que a construção de parques de eólica offshore é como a plantação de árvores, em que primeiro as pessoas pensam em como plantar a primeira árvore e, depois, pensam em quais frutos vão receber. “Para plantar essas árvores, acho que é difícil para o Governo Federal pensar em leilões específicos nesse momento. Acredito que seja uma questão de tempo e, talvez, o caminho para chegar nessa competitividade seria uma redução de custos”, afirmou Leite.

Segundo o executivo, também é preciso pensar em estratégias mais amplas para a instalação dessas infraestruturas, bem como levar em consideração as condições de cada região do Brasil. Ele citou o caso do Nordeste, que tem um caráter exportador pela proximidade; e do Sul, com uma particularidade industrial.

Por fim, Leite afirmou que um dos principais pontos para o desenvolvimento de energia no país é a flexibilidade. Com as constantes mudanças no cenário externo e a crise energética mundial, o Brasil precisa estar preparado para se adaptar a diferentes fontes de energia. “O potencial do país é gigantesco, tem abundância de todas as fontes. Podemos enxergá-lo como um player de grande importância no futuro da energia”, finalizou o representante da Equinor.

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