Revista Brasil Energia | Rio Oil and Gas 2022

Schlumberger perto de perfurar poço para CCS no Mato Grosso

A companhia francesa está prestes a perfurar um poço injetor em Lucas do Rio Verde (MT), onde está localizada a planta da FS Bioenergia, para viabilizar um reservatório de estocagem de CO2

Por Felipe Salgado

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A Schlumberger está perto de viabilizar o seu primeiro projeto de captura e armazenamento de carbono no Brasil. A companhia francesa avalia a perfuração de um poço injetor em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, onde está instalada a unidade da FS Bioenergia. A conclusão do projeto está prevista para 2024.

O reservatório terá capacidade para armazenar 430 mil toneladas de CO2 por ano. A ideia é descarbonizar a produção etanol de milho da FS Bioenergia, permitindo que a empresa, controlada pelo Summit Agricultural Group, comercialize os créditos no mercado norte-americano. 

A Schlumberger ficou responsável pelos estudos de reservatórios, gerenciamento da perfuração / completação dos poços de injeção, testes e monitoramento da estrutura de CCS. "Fizemos a análise de subsurface. Estamos dando auxílio até para a obtenção das licenças para operação", revelou Bruno Alves, country manager da Schlumberger no Brasil.

Perspectivas para o mercado brasileiro

Bruno Alves avalia que o offshore será um dos grandes catalisadores de investimentos da indústria de energia. Para o Brasil, ele prevê um ciclo virtuoso de cinco a sete anos, tendo em vista o volume de FPSOs contratados no país. "Brasil, Guiana e Oeste da África são as nossas grandes apostas no offshore. Dentre os três, o Brasil é o que possui maior solidez e estrutura para materializar os investimentos", afirmou.

Apesar de ter reduzido a sua atuação no onshore brasileiro, a empresa conseguiu capitalizar e diversificar a sua carteira de clientes com os desinvestimentos da Petrobras. Atualmente, a empresa concentra suas atividades nas regiões Norte e Nordeste. Bruno avalia que o mercado das operadoras independentes só tende a crescer. A complexidade tributária, entretanto, permanece como um dos grandes desafios. Na avaliação dele, a estrutura atual não chega a inviabilizar os investimentos, mas é como uma âncora que pesa sobre os negócios.

Indagado sobre os impactos da guerra no mercado fornecedor, o country manager da Schlumberger avalia que a disrupção abalou, de fato, a cadeia de suprimentos. Como exemplo, ele destaca o cloreto de potássio que vem da Ucrânia, utilizado não apenas na fabricação de fertilizantes, mas também como insumo fundamental para fluidos de perfuração e completação de poços.

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