Opinião

A fila está aumentando

Energia solar tem enorme potencial, com retorno do investimento entre três e quatro anos e extremamente atrativo em termos de custo-benefício; esperam-se políticas com olhar mais positivo, reduzindo taxas e impostos e ao mesmo tempo criando incentivos que estimulem segmento e sua performance

Por Antonio Carlos Federico

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Passado um período de grandes desafios durante 2020, com inúmeras variáveis do mercado como pandemia, problemas na falta do fornecimento de materiais vindos da China e empecilhos logísticos que resultaram numa verdadeira bagunça no mercado, o segmento de energia solar respira mais aliviado.

A engrenagem de produção tem alcançado números nunca vistos, comprovados por recente estudo da entidade representativa do setor, a Absolar. Desde 2012, o segmento já movimentou mais de R$ 38 bilhões em negócios e registrou mais de 224 mil contratações até o final de 2020. Os ventos sopram favoráveis, não só pelo crescimento de 52% em 2020 em relação a 2019, mas pelo alcance de 7,5 gigawatts (GW) de potência operacional – incluindo as Gerações Centralizada (3,1 GW) e Distribuída (4,4 GW).

Pesa outro fator. Abertura de 5 mil novas empresas no país, aproximadamente 450 novas CNPJs por mês, crescimento de 27% no volume atual do segmento solar, hoje com 20 mil empresas.

Considero que o segmento de energia solar foi um dos primeiros a sair da pandemia, numa crescente em V - muito mais expressiva do que se esperava, um verdadeiro salto e agradável surpresa. O mercado está para peixe. E para energia solar também. A Aneel, agência reguladora, indicou 3,9% de aumento na conta de energia – que passa a valer, a partir de março, além da correção de 8,14% retroativa à alteração tarifária já cobrada em outubro passado.

O acréscimo tem pesado no bolso, concomitantemente com período de reestruturação financeira agravada pela pandemia.

É possível escapar, diminuir e até anular a dependência da concessionária de energia? A resposta é sim. A energia solar é a solução. Economia que vem do sol e se vende por si só - redução dos impactos ambientais, fonte inesgotável e economia de até 95% na conta de energia.

Sinto que uma mudança de postura vem sendo promovida, fundamentalmente, pela visão estratégica do uso dos recursos naturais, benefícios, tecnologia empregada e inovação. O retorno é palpável, a consequência da demanda é muito positiva e a pressão de novos produtos vem diferenciando o mercado. Muito além do investimento, é um benefício.

Em contrapartida, o consumidor está mais consciente e passa a priorizar novas fontes de energia. Essa atitude, naturalmente, vem acompanhada de mudanças, como o investimento em um sistema de energia solar. Opções não faltam.

Um exemplo é o sistema off-grid, uma inovação para o mercado de energia solar, um sistema totalmente desconectado e independente da rede elétrica. O consumidor gera e utiliza sua energia ao mesmo tempo que carrega as baterias e utiliza essa energia armazenada na hora e da maneira que quiser.

A solução off-grid é excelente para diferentes segmentos, mas que trará apoio significativo para o agronegócio, especialmente grandes propriedades, distantes dos grandes centros e/ou das linhas de distribuição de energia.

O segmento de energia solar tem um enorme potencial, com um retorno do investimento entre três e quatro anos, portanto extremamente atrativo em termos de custo-benefício. Afinal, qual investimento podemos fazer hoje com um retorno de 25% ao ano?

Nesse panorama, estimo que até 2025 alcançaremos números ainda mais expressivos considerando a rapidez com que a fila desse mercado tem se comportado. E não para por aí.

Porém, em contrapartida, esperam-se políticas com olhar mais positivo, reduzindo taxas e impostos e ao mesmo tempo criando incentivos que estimulem o segmento e sua performance. O diferencial da energia solar é evidente, um recurso natural infindável, que, bem gerenciado, pode oferecer garantias ao crescimento econômico, político e financeiro do país. Todos ganham e a fila continua crescendo. E você, está nela?

Antônio Carlos Federico é diretor comercial, de Marketing e Novos Negócios da Renovigi Energia Solar

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