Opinião

A tecnologia pode reduzir as incertezas da transição energética?

Claudio Ribeiro, CEO da 2W Energia, destaca em artigo que a próxima etapa na transformação energética passa pela abertura do mercado livre para toda a população do Brasil, e o desafio está em se comunicar com este público

Por Claudio Ribeiro

Compartilhe Facebook Instagram Twitter Linkedin Whatsapp

Nós, seres humanos, somos movidos por impulsos. Um impulso é caracterizado por uma série de estímulos que movimentam um indivíduo a realizar determinada ação.

Podemos pensar que o ser humano é impulsionado a buscar por ações que promovam o seu bem-estar e a perpetuidade de sua existência. Uma dessas ações, em prol do planeta, passa por resoluções de problemas ligados à mudança climática, mais especificamente, à redução de emissão de gases de efeito estufa. Somos carentes de novas soluções que possibilitem a redução e/ou compensação de emissões de CO2, ao qual estão intimamente ligadas às atividades humanas.

Nesse cenário, observamos como o setor elétrico e o seu movimento de transição energética possuem grande relevância, visto que a matriz elétrica brasileira é rica em fontes renováveis de energia, eliminando a necessidade do uso de combustíveis fósseis. O reaproveitamento da energia através de ações de gestão de resíduos (tais como usinas de cogeração, reaproveitamento de RSUs), eficiência energética e todo o processo de digitalização, fazem com que a emissão de CO2 seja a mais baixa possível, quando não nula, para determinados movimentos da atividade humana.

Uma vez que dispomos de matriz renovável, a qual permite que, de origem, a nossa emissão de CO2 seja reduzida (na base de geração), e que o movimento de transição e reeducação energética neutraliza as emissões naturais provocadas pelo comportamento humano, necessitamos de recursos tecnológicos que permitam a combinação entre geração, consumo e reaproveitamento de recursos, criando assim um ecossistema sustentável.

Vemos um novo consumidor surgir, que passa a ser demandante dessa tecnologia, aliada a um consumo consciente e sustentável. São consumidores que utilizam sacolas sustentáveis ao invés das tradicionais sacolas plásticas, que fazem uso de objetos de origem ecológica, que optam por pagamentos e compras pelo smartphone em substituição às notas de papel e ao tradicional cartão magnético, que fazem compras online, já pensando na descarbonização de seus produtos e que, naturalmente, pensam na contratação de energia proveniente de fontes limpas e sustentáveis.

A próxima grande etapa na transformação energética passa pela abertura do mercado livre para toda a população do Brasil, inclusive para o consumidor residencial. Assim, o grande desafio das empresas deste setor é alcançar e se comunicar com este público, que está pulverizado por todo o país e ainda conhece pouco sobre o tema de energia elétrica.

Neste cenário, a transformação digital é o principal catalisador para ter escala de comunicação e personalização em massa, levando a uma base cada vez maior soluções e serviços, antes exclusivos aos grandes consumidores de energia. De maneira concreta, alguns exemplos desta transformação passam por sistemas de gestão de relacionamento com clientes (CRM), atendimento inteligente e integrado com humanos e robôs, e inteligência artificial, para identificar oportunidades de otimização no uso da energia.

Um ecossistema tecnológico e totalmente conectado é capaz de assegurar que nos tornemos cidadãos mais conscientes, além de fazer com que a transição energética seja apenas mais um passo na evolução da preservação do planeta.

Claudio Ribeiro é CEO da 2W Energia

Outros Artigos