Opinião

Matriz elétrica própria: bom para hoje e para o futuro! 

Head de Comunicação e Sustentabilidade e Diretor de Operações e Tecnologia da Algar Telecom contam a experiência da empresa e defendem ação nas empresas de médio e grande porte

Por Cristiana Heluy e Luis Lima

Compartilhe Facebook Instagram Twitter Linkedin Whatsapp

É imperativo admitir: como humanidade, não fomos suficientemente rápidos para perceber quão essencial é a questão do desenvolvimento sustentável, assim como a responsabilidade social das empresas na gestão dos recursos ambientais de nosso planeta. Ainda há muito a fazer, mas estamos em tempo para correr atrás do prejuízo e cravar a bandeira da consciência social e ambiental, tomando cada vez mais cuidado com o que somos, o que produzimos, o que consumimos e, principalmente, como fazemos tudo isso.

Em um discurso recente pelo representante do Ministério de Minas e Energia, confirmamos que o consumo de energia elétrica no Brasil tem um crescimento estimado em 35% até o ano de 2029 e que, para suprir essa demanda, o País precisará de investimentos na casa de R$ 450 bilhões. O Brasil já é uma referência mundial em geração de energia limpa em algumas das principais fontes renováveis como a hidrelétrica, a eólica e a solar. Mas vai precisar seguir evoluindo.

De acordo com o documento do governo brasileiro que registra os principais compromissos e contribuições do País para o futuro acordo climático, o iNDC (Contribuição Nacionalmente Determinada): “O Brasil se comprometeu a promover uma redução das suas emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025. Além disso, indicou uma contribuição indicativa subsequente de redução de 43% abaixo dos níveis de emissão de 2005, em 2030. Para alcançar as metas de redução, o governo brasileiro adotará políticas em diversas áreas. Na matriz energética, o Brasil pretende assegurar 45% de fontes renováveis, enquanto a média global é de apenas 13%”.

Mas como não podemos esperar que o poder público faça tudo sozinho, até porque nem sempre promessa é sinônimo de ação, acreditamos que já passou da hora de médias e grandes empresas investirem em sua própria geração de energia renovável, a fim de contribuir com esses enormes desafios que temos pela frente. Afinal, assim como percebemos na Algar, já há um esgotamento de iniciativas que focam apenas em eficiência (como troca de lâmpadas por LED, climatização inteligente etc.). É tempo de fazer mais!

Na Algar, temos vivido intensamente a experiência de uma matriz elétrica própria e, depois de 6 anos de nossa primeira aventura, podemos afirmar que está valendo muito a pena.

Como tomamos essa decisão?

A sustentabilidade foi a grande impulsionadora da área de infraestrutura para que começássemos a pensar na mudança para matriz elétrica própria. Isso porque a área, a partir da governança climática, que começou por volta de 2011, verificou que a principal fonte de emissão de gases poluentes era proveniente do consumo de energia e que, sem interferir de forma mais “agressiva”, dificilmente teríamos uma redução efetiva. O segundo passo foi encontrar um parceiro robusto, com os mesmos princípios e grande experiência. Foi como chegamos na Alsol Energias Renováveis.

Então começamos a colocar em prática. Já em 2013, a Algar Telecom inaugurou em Uberlândia (MG) o primeiro site de telecomunicações do Brasil com energia solar fotovoltaica conectada à rede elétrica. Nessa estação, localizada próximo ao aeroporto da cidade, 10 sites passaram a gerar, anualmente, 4754 kWh. Logo depois, em 2015, também implementamos o primeiro data center da América Latina movido a energia solar fotovoltaica.

Em 2018, a Algar Telecom investiu cerca de R$ 2,4 milhões em proteção ambiental, sendo que 75% foram destinados a projetos de eficiência energética (R$ 1,6 milhão). Nesse ano, também na cidade de Uberlândia, inauguramos a Usina Capim Branco, com geração de energia fotovoltaica. O projeto fornece energia para 280 estações da Algar Telecom em Minas Gerais, representando aproximadamente 18% de nosso consumo total.

Ainda colocaremos em operação, em 2020, mais uma Usina Solar, com 5 MW de potência. Com isso, ampliaremos aproximadamente de 18% para 36% a geração própria de energia fotovoltaica da companhia.

No uso de energia limpa, atualmente a Algar Telecom está no patamar de 50% (sendo 18% originados por fonte solar própria da companhia e 32% provenientes de contratação no mercado, de pequenas centrais hidrelétricas, parques eólicos e usinas solares fotovoltaicas). Com a nova usina prevista para 2020, a expectativa é chegar a uma média de 68 a 70%.

E para complementar esses ganhos ambientais, as finanças também agradecem! Na Algar, temos buscado trabalhar de forma compensatória, mitigando os impactos e trazendo, ao final, um saldo bastante positivo. Os custos totais evitados anualmente pela Algar Telecom com geração distribuída representam cerca de R$ 6 milhões.

Com essas ações, temos a certeza de que estamos fazendo a nossa parte, ajudando o país na evolução da sua matriz energética e saindo da nossa zona de conforto para buscar fazer mais – sempre tendo em mente que não é apenas pela economia, é pelo futuro!

Cristiana Heluy e Luis Lima são, respectivamente, Head de Comunicação e Sustentabilidade e Diretor de Operações e Tecnologia da Algar Telecom

Outros Artigos