Revista Brasil Energia | Bahia Oil & Gas Energy 2024

Potigás vai expandir sua rede de gasodutos para região salineira

Companhia do Rio Grande do Norte vai investir R$ 32 milhões para levar gás natural de Mossoró para o município vizinho de Areia Branca

Por Geraldo Bastos

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A Companhia Potiguar de Gás (Potigás) está expandindo a sua rede de gasodutos. No mês de outubro, a companhia do Rio Grande do Norte irá iniciar as obras do trecho que irá levar gás natural de Mossoró para o município vizinho de Areia Branca. Serão 45 km de rede, num investimento da ordem de R$ 32 milhões. A previsão é que os serviços sejam concluídos em 18 meses.

"O município de Areia Branca produz 95% do sal consumido no país. Com o gás natural, vamos fomentar a indústria salineira, tornando o sal potiguar mais competitivo e gerando uma série de oportunidades em outros subprodutos", disse a presidente da Potigás, Marina Siqueira, durante participação na Bahia Oil & Gas Energy 2024 nesta sexta-feira (24), no Centro de Convenções de Salvador.

Além de proporcionar infraestrutura para as indústrias da região da Costa Branca do estado, o Polo Gás Sal beneficia  postos de combustíveis, hotéis, pousadas e restaurantes, além de condomínios residenciais. Outros benefícios são a redução no tráfego de caminhões e transportadores de combustíveis na BR-110 e, consequentemente, a redução na emissão de poluentes.

A Potigás está presente hoje em seis municípios do Rio Grande do Norte: Natal, Mossoró, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Goianinha, levando gás natural canalizado para mais de 41 mil clientes, a partir de uma infraestrutura de 520 km de gasodutos. "Os investimentos da empresa têm aumentado ano após ano. Em 2024, serão R$ 22 milhões aplicados na ampliação dos nossos serviços", afirmou a executiva.  

A presidente da Potigás também levantou um questionamento: "Será que a ANP tem condições hoje de observar as legislações estaduais? A ANP precisa terminar de fazer o seu dever de casa, cuidar de sua agenda regulatória, que é extensa, para depois dar um apoio aos estados. Ela precisa acreditar mais nas agências reguladoras estaduais", disse Siqueira. 

Lei do Gás

O painel “Regulamentação da nova Lei do Gás e harmonização regulatória” contou ainda com a participação de Zevi Kann, que é Consultor regulatório da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). Para Kann, a aprovação da Lei nº 14.134/2021 teve como base a divulgação de informações “absolutamente irrealistas”.

Uma delas é de que a nova legislação destravaria, de imediato, R$ 170 bilhões em investimentos na indústria e aumentaria a arrecadação de impostos em R$ 50 bilhões. Além disso, haveria uma queda de até 50% no preço dos gás natural para o usuário final, e o gás de cozinha também ficaria mais barato.

"Passados três anos, a regulamentação da ANP é ainda incipiente e a agenda regulatória tem se mostrado morosa. O compartilhamento das infraestruturas essenciais está recheada de incertezas", apontou Kann.

Como condição para o desenvolvimento do mercado, a Abegás entende que deve haver o investimento na produção e no transporte, na redução da reinjeção e no compartilhamento de infraestruturas, segundo o executivo. "Somente a competição na molécula poderá levar o mercado a um outro patamar e temos um mercado concentrado com 71% do suprimento em um único ofertante [a Petrobras]", concluiu.

Já Cristina Sayão, gerente de Assuntos Regulatórios da TAG, disse que a nova Lei do Gás é uma transformação em curso, com muitas possibilidades para o mercado. 

“Podemos chegar a um círculo virtuoso, com maior disponibilidade da molécula, redução de tarifas e estímulo ao investimento”, afirmou Sayão, acrescentando que a TAG irá investir, no período de 2024 a 2028, R$ 5,3 bilhões no Brasil. 

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