
Petrobras e Amapá defendem projeto na Margem Equatorial
Na plenária "E&P Offshore no N/NE", o gerente executivo de Terras e Águas Rasas da Petrobras, Stenio Jayme Galvão, e o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá, Wandenberg Pitaluga, defenderam a viabilidade da exploração na região

A Margem Equatorial — trecho do litoral brasileiro entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, que inclui parte da Foz do Amazonas — esteve no centro das discussões nesta quarta-feira (28) na plenária “E&P Offshore no N/NE” da Bahia Oil & Gas 2025. Com discursos afinados, Stenio Jayme Galvão, gerente executivo de Terras e Águas Rasas da Petrobras, e Wandenberg Pitaluga, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá, defenderam a viabilidade da exploração na região.
Para Stenio Galvão, a exploração é estratégica para garantir o futuro energético do país. “Se não tivermos novas descobertas, em 2030 o Brasil vai ter que importar petróleo”, alertou. Segundo ele, a Petrobras está apostando alto na Margem Equatorial, com planos de perfurar 15 poços. Dois já foram feitos na Bacia Potiguar e estão em fase de avaliação comercial.
O executivo destacou o avanço recente no processo regulatório. O Ibama aprovou, no último dia 19, um plano de prevenção a emergências proposto pela Petrobras como parte de seu projeto para prospectar petróleo em águas profundas do Amapá.
"Estamos bem perto de perfurar. É só o início. Vamos perfurar e provar que é viável economicamente. Estamos muito otimistas", disse Stenio Galvão. Ele garantiu segurança nas operações: “A Petrobras já perfurou mais de 5 mil poços offshore, sendo 3 mil em águas profundas sem qualquer vazamento. A retaguarda é robusta”.
Ele enfatizou ainda que há mais recursos de segurança destinados para a perfuração de um poço no Amapá do que aqueles empregados nas bacias do Sudeste para centenas de poços e 66 plataformas de produção.
"O poço do Amapá está a 540 Km da Foz do Amazonas e 175 Km da costa. A distância de campo de Manati para Morro de São Paulo, um local turístico aqui na Bahia, é de 16 Km e 11 Km da costa. Nunca houve qualquer problema. Estamos muito seguros com esse projeto da Margem Equatorial", afirmou.
Apoio do Amapá
Já Wandenberg Pitaluga reforçou o apoio local e a preparação do estado do Amapá. “O discurso de que é preciso preservar a Foz do Amazonas está vazio”, disparou. Para ele, o maior risco hoje é social: metade da população do Amapá está no CadÚnico.
“Os povos indígenas são favoráveis, o estado deu todas as licenças e montou a infraestrutura no Oiapoque. Ainda assim, enfrentamos morosidade”, criticou. O presidente da agência também defendeu o preparo jurídico e ambiental do Amapá. “Temos um novo código ambiental, zoneamento ecológico-econômico, e estamos criando um fundo para gerir os royalties”, disse, destacando o potencial logístico do Porto de Santana e a proximidade com o Canal do Panamá.
"O Amapá está hoje no centro das atenções. O grande desafio é preparar o estado para receber a Petrobras, seus fornecdores e a cadeia que está ao redor desta indústria. E precisamos ter condições de entregar isso com celeridade. Nosso objetivo é fazer com que o estado se torne competitivo, com um ambiente seguro do ponto de vista jurídico, político e ambiental", concluiu.
A plenária "E&P Offshore no N/NE" contou ainda com as presenças Matheus Soares, diretor comercial da MFX, e Mauricio Goyeneche, diretor da Ecopetrol Brasil. O debate foi mediado por Cláudio Nunes, diretor-executivo de Exploração e Produção (E&P), do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). O Bahia Oil & Gas Energy segue até sexta-feira no Centro de Convenções de Salvador.
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