Revista Brasil Energia | Bahia Oil & Gas Energy 2025

Petrobras testa novo modelo de descomissionamento de poços terrestres na Bahia

Empresa vai usar contrato EPC turnkey para que única empresa contratada fique responsável por todo o processo, do licenciamento ambiental à recuperação da área

Por Geraldo Bastos

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Francisco Edson Feitosa de Albuquerque, gerente setorial de Operação da Produção e Processamento de Fluídos da Petrobras na Amazônia, no BOGE25 (Foto: Geraldo Bastos)

A Petrobras vai dar um passo importante rumo à modernização da forma como encerra as atividades de seus poços terrestres. A estatal vai testar, na Bahia, um novo modelo de contratação que promete ser mais ágil, econômico e eficiente. A proposta é simples: em vez de dividir o trabalho entre várias empresas, uma única contratada ficará responsável por todo o processo de descomissionamento — do licenciamento ambiental à recuperação da área.

A iniciativa começa na Bacia do Recôncavo, com cerca de 20 poços localizados nos campos de Buracica, Taquipe e Araçás, que remontam aos anos 1960. O abandono definitivo está previsto para começar em fevereiro de 2026, sob um contrato no modelo EPC turnkey. Sigla que, na prática, significa que a empresa entregará o projeto pronto, com o mínimo de interferência da estatal. 

“É um escopo bem abrangente”, disse Francisco Edson Feitosa de Albuquerque, gerente setorial de operação da produção e processamento de fluídos da unidade da Petrobras na Amazônia, que apresentou a novidade durante o Bahia Oil & Gas 2025, que terminou nesta sexta-feira (30).  “Antes, a Petrobras contratava cada etapa separadamente e gerenciava tudo. Agora, queremos que uma só empresa cuide do processo, da liberação de terras à gestão de resíduos, ou seja, com uma interferência bem menor da Petrobras”, afirmou ele. 

Processo mais ágil

A mudança não é apenas uma questão de gestão. Segundo Feitosa, a integração das etapas acelera o processo, reduz custos e permite soluções em escala. Sobre a importância do abandono de poços, ele afirmou:  “A gente preza bastante pela segurança. O abandono previne futuros vazamentos, protege aquíferos e garante o isolamento permanente de zonas produtivas para que a gente não tenha nenhum problema ambiental". 

Com cerca de 2.800 poços terrestres previstos para descomissionamento em todo o país, a Petrobras estima investir R$ 2,8 bilhões nos próximos anos. A escolha dos primeiros poços a serem desativados segue critérios técnicos, como explica o gerente da Petrobras:  "Nesta primeira etapa, são poços de idade avançada, com fácil acesso, ausência de conflitos com proprietários de terras e fora de áreas ambientalmente sensíveis". 

O descomissionamento é uma exigência legal para ativos com produção encerrada e envolve a supervisão de órgãos como ANP, Ibama e Marinha. Mais do que uma obrigação, trata-se de um passo necessário para fechar o ciclo produtivo da indústria de petróleo e gás com responsabilidade.

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