Revista Brasil Energia | Inovação

Um projeto para levar e trazer energia às plataformas

Desenvolvido pelo centro de pesquisa RCGI com recursos da cláusula de PD&I da ANP, projeto estuda também tecnologias para integrar parques eólicos offshore à rede elétrica do país

Por Rosely Maximo

Compartilhe Facebook Instagram Twitter Linkedin Whatsapp

A TotalEnergies está financiando, com recursos da cláusula de PD&I, projeto desenvolvido em parceria com o centro de pesquisa RCGI, na USP, para transmissão de energia no mar. Denominado “Investigação das tecnologias de transmissão offshore na costa brasileira aplicadas na exploração de óleo e gás e na integração de fazendas eólicas (TransBRcoast)” tem como objetivos trazer energia para a costa, a partir dos parques eólicos offshore, e também levar energia da costa para as plataformas de exploração de óleo e gás.

Com prazo de duração de três anos, envolverá vinte pesquisadores - entre docentes, pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos e graduandos - na criação de ferramentas capazes de auxiliar a escolha da tecnologia mais adequada para a transmissão de energia em cada caso.

“As duas vertentes têm características diversas. Os parques eólicos offshore serão construídos perto da costa; os projetos preveem distâncias de até 20, 30 km da praia, boa parte deles ainda na plataforma continental, onde a lâmina d´água é mais rasa. Já as plataformas de petróleo são instaladas onde está o óleo”, explica no comunicado o engenheiro eletricista Renato Machado Monaro, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e coordenador do projeto.

De acordo com Monaro, as plataformas de petróleo no Brasil estão situadas em média a 148 km de distância, com a mais distante chegando a 300 km da costa, na bacia de Santos. “A energia consumida nessas plataformas vem do gás do próprio poço de exploração. Ou seja, elas funcionam hoje como um sistema isolado, mas a ideia é descarbonizar o máximo possível a extração do óleo”, acrescentou.

Em uma primeira etapa do projeto, os pesquisadores fazem um levantamento dos limites tecnológicos, dos custos dos sistemas e materiais já utilizados em outros países, como cabos de transmissão, transformadores, conversores, entre outros, e perspectivas futuras. Também investigam a capacidade de geração dos parques eólicos planejados e o quanto deverão produzir de energia, além de avaliar a quantidade de energia consumida pelas atuais plataformas.

Segundo Isabel Waclawek, diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da TotalEnergies no país, cerca de 50% dos projetos da empresa em PD&I no Brasil estão voltados ao segmento de novas energias e redução de emissões. “Acreditamos no valor do conhecimento gerado pelas universidades e queremos ser atores na aproximação da indústria com o meio acadêmico. E estamos entusiasmados com esta parceria porque enxergamos a importância do trabalho em P&D para o protagonismo da TotalEnergies na transição energética”, disse ela, também no comunicado.

O RCGI - Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa - foi criado em 2015 na USP, com financiamento da FAPESP e de empresas por meio dos recursos previstos na cláusula de PD&I da ANP.

Leia também, na edição do mês da e-revista:

Newsletter Opinião

Cadastre-se para receber mensalmente nossa newsletter com os artigos dos nossos Colunistas e Articulistas em Petróleo, Gás e Energia

Veja outras notícias sobre inovação

Últimas