Revista Brasil Energia | Rio Oil and Gas 2022

Segurança e transição energética vão ocorrer em ritmos diferentes

No último dia da Rio Oil & Gas 2022, palestrantes analisaram o papel do setor de O&G neste cenário e as ações que estão sendo tomadas pelos países ao redor do mundo

Por Esther Obriem

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A diretora-executiva do IBP, Fernanda Delgado, afirmou que a transição e a segurança energética vão ocorrer em ritmos diferentes ao redor do mundo, não sendo possível implementar uma solução única para todos os países, pois é preciso levar em consideração as particularidades de cada nação.

A executiva participou do painel “Riscos geopolíticos, desafios e oportunidades para o Brasil”, realizado no quarto dia (29) da Rio Oil & Gas 2022, que também contou com a participação do vice-presidente sênior e economista-chefe da Equinor, Eirik Wærness, do diretor executivo do Centro de Política Energética Global da Universidade de Columbia (EUA), Robert Johnston, e moderação do embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru de Paiva.

Delgado afirma que o hidrocarboneto vira a questão central dos debates quando se coloca a segurança e a transição energética no mesmo patamar. “Não significa que não vamos lutar contra as mudanças climáticas, que não vamos andar em direção à descarbonização. É sempre bom lembrar que a descarbonização não é um futuro sem hidrocarbonetos”, ressaltou a executiva.

Para além dos hidrocarbonetos, a representante do IBP também destacou que há, no país, uma série de oportunidades, em especial com as fontes energéticas. “Acho que podemos ser mais amplos dentro do mercado de energia. O Brasil é líder em bioenergia e temos o maior uso de biocombustíveis e biomassa. Vejo esse cenário não como risco, mas como uma oportunidade”, disse Delgado.

A diretora-executiva também afirmou que o setor de óleo e gás não terá espaço nas discussões da COP-27, mas frisou que o segmento possui alavancas tecnológicas e financeiras que podem fomentar soluções futuras de transição e segurança energética.

Geopolítica

Para Wærness, a principal dúvida neste momento é como as cadeias de suprimento vão funcionar nos próximos meses. O executivo afirmou que há desconfiança entre os países com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e este fator dificulta os investimentos. “É uma situação que não conhecemos há muito tempo. Mudou completamente o foco político e arruinou a confiança com o Leste Europeu e a Rússia”, comentou o economista.

O representante da Equinor frisou que é preciso acelerar as aprovações dos projetos em energia no mundo, pois há países, como a Alemanha, que precisam urgentemente de maior segurança energética. No mais recente Boletim de Conjuntura da Indústria do Óleo & Gás, a EPE destacou o aumento dos renováveis na matriz energética alemã e a preocupação com a segurança do abastecimento na Europa.

Já Johnston salientou as ações que os países ao redor do mundo fazem para diminuir as emissões de carbono. O Reino Unido aumentou as exportações de óleo e carvão, enquanto a China e a Índia buscam iniciativas para romper a dependência energética do petróleo. No entanto, as empresas conseguem ser mais ágeis na implementação do net zero em relação aos governos.

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