Revista Brasil Energia | ROG.e 2024
Eletrobras começa a operar piloto de detecção de queimada em LTs
Empresa vai utilizar satélites para captar sinais térmicos em linhas de transmissão de modo a que a confirmação do foco ocorrerá em até 20 minutos
A área operacional da Eletrobras começa hoje a testar na prática um projeto piloto de detecção e combate a queimadas em suas linhas de transmissão que promete um intervalo entre 10 e 20 minutos entre a captura da imagem por satélite e a confirmação de que se trata de um foco de queimada.
O projeto é desdobramento de um desafio lançado pela área de Tecnologia e Inovação da empresa, detentora de 74 mil kms de LTs no Brasil (quase 45% do total), em abril deste ano que selecionou duas empresas parceiras, uma delas a Inspectral, cuja solução entra em teste agora em um trecho de linhas do Sul de Minas Gerais.
Segundo Juliano Dantas, vice-presidente de Tecnologia e Inovação da Eletrobras, o piloto demandou investimento de aproximadamente R$ 1 milhão e o objetivo é expandir a tecnologia gradativamente para o conjunto do parque de LTs do país.
Dantas explicou que a solução da Inspectral detecta por satélite o sinal térmico vindo da superfície de interesse e um sinal é emitido para a área de monitoramento do clima da Eletrobras que, por sua vez, aciona a área operacional para que seja tomada uma providência.
A outra alternativa em desenvolvimento, em parceria com a empresa Umgrauemeio, de Jundiaí (SP), faz a detecção do fogo por meio da instalação de câmaras térmicas em torres existentes ou instaladas especificamente com este objetivo. Dantas ressalta que o projeto como um todo nasceu bem antes da atual crise de queimadas que assola o Brasil.
O executivo, que chegou à Eletrobras após 20 anos trabalhando na área de O&G, apresentou palestra hoje de manhã na área IUP Innovation Conections da GOG.e 2024, mostrando as iniciativas que a empresa vem tomando para incrementar inovações na área de energia elétrica onde ela é líder no país em geração e transmissão.
Segundo Dantas, dois projetos em gestação pela empresa são a expansão do piloto de hidrogênio instalado na UHE Itumbiara para plantas maiores associadas a outras hidrelétricas e um revamp na usina solar flutuante instalada na UHE Sobradinho para incorporar inovações, inclusive um sistema de detecção de roubo de cobre das instalações que já vem acontecendo.
Sobre a expansão do hidrogênio, Dantas disse que uma das ideias é construir uma planta de 10 MW e a decisão de cronograma e localização deverá ser tomada pela Eletrobras após a definição da chamada de P&D promovida pela Aneel que tem uma planta desse porte como um dos objetivo.
A planta de Itumbiara, inaugurada em dezembro de 2021, consiste em um eletrolisador que capta a água do lago da usina e faz a eletrólise para a produção de hidrogênio verde. O equipamento é alimentado pela energia produzida por uma planta solar de 1 MWp, sendo 0,8 MWp a partir de placas instaladas em terra e 0,2 MWp a partir de placas flutuantes.
Dentro do contexto de um projeto maior, chamado Innovation Grid, plataforma criada pela Eletrobras para conectar empresas com seu sistema de inovação em busca de fomentar e capturar ideias inovadoras associadas ao setor de energia, a elétrica vem criando polos regionais voltados, segundo Dantas, para divulgar os desafios que estiver propondo com o objetivo de capturar parceiros e, simultaneamente, ouvir o que as startups e instituição do universo de PD&I têm a dizer.
“É um polo de emissão de sinal para capturar esses parceiros e de ouvir o que eles têm a propor”, explicou Dantas. O primeiro desses polos foi inaugurado em dezembro do ano passado na região Sul e o segundo, em abril deste ano, no Nordeste. Agora em outubro será criado o do Sudeste e um quarto, para o Norte e Centro-Oeste, ainda está em fase de prospecção.
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