Revista Brasil Energia | ROG.e 2024

Petrobras prevê unidade para combustível de aviação a partir de etanol

Além disso, o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, afirmou que petroleira investirá de R$ 3 bi a R$ 3,5 bi na unidade de fertilizantes em Três Canoas

Por Sabrina Lorenzi

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UFN-III, em Três Lagoas (MS). Foto: Nelson Mendes/Agência Petrobras

A Petrobras prevê uma nova unidade de biorrefino no Brasil para a produção de combustível renovável de aviação, desta vez a partir de etanol, possivelmente de milho. A unidade ATJ (Alcohol-to-jet) poderá ser associada a uma das refinarias da Petrobras ou construída de maneira independente, e sua localização está em estudo, disse o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França.

Outros projetos nesta linha de sustentabilidade no refino para aviação já foram anunciados pela companhia, como as três unidades de BioQav a partir da RPBC, GasLub (Boaventura) e RPR. O executivo também mencionou tecnologias baseadas em processamento de diesel nas refinarias RPBC, Replan, Repar e Reduc.

A empresa planeja produzir QAV renovável a partir de 2028 pela nova planta de Cubatão, especialmente destinada ao biorrefino. Na RPBC, a Petrobras poderá iniciar a produção de bionafta em 2028. Bionafta e bioGLP devem responder, juntos, por 20% de toda a produção da unidade. Dedicada ao biorrefino, uma nova planta de derivados renováveis será instalada na RPBC devido à proximidade ao mercado consumidor e à maior integração com o parque de refino nacional.

Etanol verde, hidrogênio verde também estão nos planos da estatal

Para fertilizantes, a Petrobras poderá investir entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões de reais para concluir as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS), disse França após o painel "Os desafios do Downstream na Descarbonização da Cadeia", realizado na ROG.e, no Rio de Janeiro (RJ).

França lembrou que o Brasil tem uma demanda da ordem de 8 milhões de litros, dependente de importações. A partir do retorno da Petrobras ao segmento, quase metade desta demanda poderá ser suprida com a produção nacional. 

A Petrobras deve incluir a retomada das obras da UFN no próximo Plano Estratégico da companhia, para o período 2025-2029. 

Outros projetos na área já estão previstos no plano atual. A volta da produção em duas fábricas de fertilizantes, na Bahia e no Ceará, hoje arrendadas à Unigel. Está em negociação com a empresa arrendatária um contrato de prestação de serviços. Outra iniciativa é a retomada da operação da Ansa, que estava hibernada desde 2020.

O segmento de fertilizantes é um dos caminhos alternativos à indústria do petróleo. Uma maneira de escoar seu gás natural, cuja produção aumentou consideravelmente com as descobertas do pré-sal. A matéria prima dos fertilizantes nitrogenados vem do gás.

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