Revista Brasil Energia | ROG.e 2024

Silveira: “Não vamos abrir mão de conhecer e desenvolver nossas reservas”

Para as lideranças do setor que participaram da abertura da ROG.e 2024, o desenvolvimento da indústria de O&G é parte da transição energética

Por Chico Santos

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Foto: acervo pessoal

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fechou hoje a solenidade de abertura da ROG.e 2024 afirmando que o Brasil não vai abrir mão de explorar suas reservas de óleo e gás, dando em seguida a Margem Equatorial como exemplo do que estava querendo dizer.

“Como ministro de Minas e Energia do Brasil, digo que não vamos abrir mão de conhecer e desenvolver nossas reservas de petróleo e gás”, afirmou, acrescentando que, na Margem Equatorial, “vamos avançar com todos os cuidados ambientais e sociais, sem abrir mão um milímetro da soberania nacional”. A exploração da Margem Equatorial enfrenta um longo embate para obter o necessário licenciamento ambiental.

A fala de Silveira, momentos após ele assinar a portaria que criou o programa Potencializa E&P, com o qual o governo brasileiro pretende atrair investimentos para o setor de O&G, deu o tom da abertura do evento, marcado pela determinação do setor de mostrar que a indústria de óleo e gás é parte integrante de uma transição energética realista, objetivo expresso no lema do evento: “Conectando energias”.

Pouco antes de Silveira, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em um discurso recheado de exemplos dos esforços da estatal e do setor na busca pelo desenvolvimento de tecnologias que contribuam para a descarbonização, defendeu a necessidade da empresa de recompor suas reservas de óleo e gás e disse que ela segue “trabalhando para viabilizar a exploração” na região que inclui a Bacia de Foz do Amazonas e o Litoral Norte brasileiro.

Chambriard buscou demonstrar a compatibilidade desse esforço para a exploração das reservas de O&G com o compromisso assumido pelo Brasil, juntamente com outros 150 países, de alcançar a meta de zero emissões de gases do efeito estufa em 2050.

A executiva ressaltou os investimentos que vêm sendo feitos em soluções de captura de carbono e desenvolvimento do SAF, o combustível de aviação mais limpo, e de expansão da adição de óleo vegetal ao diesel, que já foi de 10% e atualmente está em 14%, com perspectiva, segundo o ministro Silveira, de alcançar 25%. “Somos a economia mais limpa do G20”, destacou a presidente da Petrobras.

Antes dela, o secretário-geral da Opep, Haithman Al-Ghais, fez um discurso de caráter global na mesma linha, afirmando que a entidade que congrega os principais exportadores de petróleo e gás do mundo defende “posições realistas sobre cada fonte de energia” e destacando que os países que a integram estão também empenhados tanto em trabalhar com tecnologias que permitam reduzir as emissões da indústria de O&G quanto em investir em energias renováveis.

Na mesma linha, o presidente do IPB, Roberto Ardenghy, primeiro a falar, como organizador do evento, ressaltou que o setor trabalha “baseado na ciência”, a despeito dos “céticos” que, segundo ele, duvidam da capacidade dele se atualizar a renovar.

A participação do presidente da ANP, Rodolfo Saboia, na abertura da ROG.e foi também focada na expansão dos investimentos no setor. Ele disse que até a “virada do ano” a agência deverá divulgar os novos editais de leilões de áreas exploratórias, lembrando que os leilões anteriormente previstos foram suspensos para se enquadrarem nas modificações feitas nas regras de conteúdo nacional.

Segundo Saboia, se por um lado a alteração pode ter gerado alguma demora no curso habitual dos leilões, ela permitiu uma “limpeza” no portfólio de áreas, de modo a excluir blocos pouco atraentes que “produziam ruídos ambientais” e substituí-los por outros com melhores possibilidades.

Em um evento que, segundo a organização, é hoje o maior do mundo do setor, atraindo cerca de 70 mil participantes de 70 países, ocupando uma área de 60 mil m², o ministro Silveira, paralelamente ao discurso da transição, foi definitivo: “enquanto houver demanda por petróleo o Brasil estará nesse mercado!”

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