Opinião

Abrindo caminho para a descarbonização industrial

Eficiência energética deve ser o primeiro passo para a descarbonização industrial. O setor industrial é complexo e diversificado e a implementação de medidas de eficiência energética pode ser diferente para cada indústria ou processo

Por Alexandre Serain

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O setor industrial é uma fonte de riqueza, prosperidade e valor social em escala global. As empresas produzem cerca de um quarto do PIB e do emprego mundiais e fabricam materiais e bens que são parte integrante da nossa vida cotidiana. Por outro lado, é o setor que produz a maior parte das emissões globais de gases de efeito estufa e enfrenta um grande desafio para acelerar a sua descarbonização, segundo analistas da consultoria McKinsey.

Mas existem várias estratégias de descarbonização industrial, incluindo, em primeiro lugar, a adoção de soluções de eficiência energética, seguida da eletrificação, utilização de combustíveis de baixo carbono e captura de carbono.

O Fórum Econômico Mundial chega a apontar que o aumento da eficiência energética dos processos é indicado globalmente como uma estratégia fundamental e transversal para a descarbonização industrial e redução das emissões no curto prazo.

Abordagem deve incluir todo o ciclo de produção

Os esforços de descarbonização exigem abordagens estratégicas de gestão de energia para otimizar o desempenho dos processos industriais, adotando soluções de manufatura inteligente e automação, com a entrega de dados usados para análises avançadas visando reduzir a intensidade energética nas operações.

E esses esforços devem ir além do chão de fábrica, com a colaboração sistêmica entre todos os elos da cadeia de suprimentos, desde a produção das matérias-primas até o produto final, indicam os analistas do Fórum Econômico Mundial.

Mais eficiência energética para todo o setor industrial

O setor industrial é complexo e diversificado e a implementação de medidas de eficiência energética pode ser diferente para cada indústria ou processo. Mas soluções de automação industrial para monitoramento de energia, como multimedidores para gerenciamento, e dispositivos que facilitam a medição, coleta e análise de dados de consumo, estão prontas para serem implementadas em todas as linhas de produção, otimizando as estratégias de descarbonização, ao mesmo tempo em que aumentam a competitividade e promovem o crescimento sustentável.

E a inclusão de sistemas de automação industrial que geram maior eficiência energética pode fazer parte de um processo de atualização de plantas industriais.

Para os analistas da McKinsey, as empresas que reduzem custos e emissões simultaneamente podem ampliar o seu market share e financiar novos esforços de descarbonização por meio do dinheiro adicional gerado.

Os ganhos no curto prazo de eficiência energética e das reduções de emissões decorrentes de retrofits devem ser equilibrados com a adoção de novas tecnologias de descarbonização no longo prazo, especialmente no caso de instalações industriais com longa vida útil, como as siderúrgicas, que podem incluir o uso de combustíveis de baixo carbono e captura de carbono.

Mas a maior parte das emissões industriais de gases de efeito estufa está associada à utilização de energia. É por isso que a eficiência energética deve ser o primeiro passo para a descarbonização industrial.

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