Revista Brasil Energia | Ações em Transição Energética

Conteúdo oferecido por Fictor

Eldorado adota bomba-turbina e produz energia com efluentes

Graças à iniciativa e a alternativas como uma usina térmica movida com tocos, raízes e madeira inservível, a matriz energética da fábrica em Três Lagoas (MS) conta com 96% de fontes renováveis

Por Eugenio Melloni

Compartilhe Facebook Instagram Twitter Linkedin Whatsapp

Foto: Eldorado Brasil

A Eldorado Brasil Celulose incorporou, em agosto último, uma nova forma de aproveitamento de efluentes que amplia sua produção própria de energia baseada em fontes renováveis. A companhia, que produziu 1,784 milhão de toneladas de celulose em 2023, passou a utilizar duas turbinas instaladas para reverter o fluxo da água com efluentes tratados do complexo da companhia, em Três Lagoas (MS), para gerar energia antes da devolução ao rio Paraná.

“A geração de energia verde está sendo destinada ao consumo próprio no prédio administrativo da empresa, que inclui os edifícios do RH/Florestal, auditório, restaurante e ambulatório”, afirmou o gerente de Sustentabilidade, Fábio de Paula. Com o uso nas turbinas, além de ampliar a geração própria de energia, a companhia afirma ter tornado mais eficiente a gestão operacional dos recursos hídricos na fábrica. A empresa conta, atualmente, com um índice de devolução da água utilizada na fábrica de mais de 85%.

De acordo com de Paula, cada turbina tem capacidade de bombeamento de, em média, de 2,5 mil m3 por hora da “sobra” do processo de produção da celulose. “Todo cuidado e tecnologia garantem o uso adequado do recurso e agora podemos, com segurança, dar ainda mais produtividade dentro de uma estação de tratamento de efluentes”, explicou o diretor industrial da companhia, Carlos Monteiro.

A tecnologia com bombas inversas funcionando como turbinas já é adotada na área de saneamento – prática conhecida como Bomba Funcionando como Turbina (BFT), ou bomba-turbina.  A sua aplicação para a gestão de efluentes, contudo, é uma novidade, segundo a Eldorado Brasil.

“A Eldorado Brasil Celulose tem implementado iniciativas focadas na geração de energia renovável”, destacou de Paula. Ele informou que a matriz energética da fábrica é 96% composta por combustíveis provenientes de fontes renováveis, “o que reforça o nosso compromisso com a sustentabilidade e a inovação”.

Uma dessas iniciativas é a Usina Termelétrica Onça Pintada, construída no mesmo complexo do grupo e alimentada por tocos, raízes e madeira inservível, árvores que sofreram avarias e não servem para a produção de celulose, mas sim como biomassa para a geração de energia.

Além de produzir energia elétrica para a venda ao sistema elétrico, a termelétrica tem permitido à Eldorado alcançar o aproveitamento integral do eucalipto plantado, ampliando sua eficiência no uso do recurso florestal. A térmica usa tecnologia europeia utilizada nas etapas de pré-trituração, peneiramento para remoção de impurezas e trituração final da biomassa.

Toda a geração da termelétrica é direcionada para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Em 2023, a Termelétrica Onça Pintada exportou 61 MWh para o sistema elétrico, o que proporcionou receita de R$ 89 milhões para a companhia.

À época em que a termelétrica foi construída, três anos atrás, a Eldorado já era autossuficiente na produção de energia, gerada a partir da biomassa de resíduos da produção de celulose – além de sobras de madeira, a lignina (um biopolímero presente nas plantas) e o licor negro (subproduto do processo de cozimento da madeira), por exemplo. A energia gerada com o aproveitamento da biomassa atende também as unidades industriais de parceiros, instaladas no complexo industrial de Três Lagoas.

Newsletter Opinião

Cadastre-se para receber mensalmente nossa newsletter com os artigos dos nossos Colunistas e Articulistas em Petróleo, Gás e Energia

Veja outras notícias sobre ações em transição energética

Últimas