Revista Brasil Energia | Ações em Transição Energética
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O desafio global de redução das emissões da indústria cimenteira
A indústria mundial do cimento responde por 7% das emissões de CO2 no planeta. Costuma-se mencionar que, se o setor fosse um país, este seria o terceiro maior emissor global, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Para a Agência Internacional de Energia (IEA), será um desafio alcançar níveis satisfatórios de reduções das emissões em um setor que tende a se manter em expansão. Segundo a Global Cement and Concrete Association (GCCA), consome-se no planeta 150 toneladas de cimento a cada segundo, o que faz do produto um dos materiais de maior uso em todo o mundo.
A bem da verdade, a produção mundial de cimento retraiu significativos 5% em 2022, para um total de 4,158 bilhões de toneladas. A queda refletiu o acentuado recuo na produção da China, em uma média de -10,5% ao ano, decorrente da crise imobiliária e das políticas adotadas para o enfrentamento ao covid. Apesar do declínio, a China se mantém na primeira posição do ranking mundial, com 51% da produção global de cimento.
Embora o consumo de cimento da China tenha perdido o impulso, a IEA prevê que outros mercados deverão manter o setor em crescimento, como o Sudeste Asiático, a América Latina e a África.
Desde 2018, as emissões têm permanecido praticamente estáveis em um nível um pouco abaixo de 0,6 toneladas de CO2 por tonelada de cimento produzido.
O Energy Information Association (EIA), dos EUA, estima que o setor cimenteiro mundial precisará reduzir suas emissões em 3% ao ano se quiser atingir o net zero até 2050. Esse objetivo poderá ser alcançado com a adoção de melhorias na eficiência energética e de materiais, introdução de combustíveis de baixo carbono, substituição de clínquer, incorporação de rotas inovadoras de produção e CCS.
A IEA aponta que os combustíveis fósseis permanecem como principal fonte de energia térmica para o setor de cimento, com participação de 90% em 2022. No mesmo ano, a bioenergia e os resíduos renováveis responderam por 4% da geração de calor e os resíduos não renováveis, por outros 4%. A agência calcula que para a meta de net zero em 2050, será preciso reduzir o consumo de combustíveis fósseis para 79% e a de resíduos não renováveis em 3% até 2030. Considerando o mesmo prazo, será preciso elevar a participação da bioenergia para 16%.
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