Revista Brasil Energia | ROG.e 2024

Mercado de bens e serviços onshore e seus desafios

Painelistas discutiram no Fórum Onshore, durante a ROG.e 2024, sobre a necessidade de capacitação profissional, segurança operacional e regionalização nesse mercado em alta

Por Fernanda Legey

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Igor Gomes (Apolo Tubulars), Gisela Macedo (Petrobras), André Dorea (PetroReconcavo), José Nilo Alves de Souza (Redepetro RN), Aline Lobo (Sebrae). Foto: arquivo pessoal

O mercado de bens e serviços onshore está em um cenário novo, com oportunidades, mas existem desafios. “Apesar do cenário positivo, há turbulências”, destacou o diretor de Operações da Apolo Tubulars, Igor Gomes, no painel “Mercado de bens e serviços para os projetos de E&P Onshore”, realizado na segunda-feira (23) no Fórum Onshore, um dos eventos paralelos à ROG.e 2024.

Na visão de Gomes, o cenário é desafiador, uma vez que antes o mercado tinha somente uma empresa – Petrobras – para suprir e, agora, são 40 empresas. “São 40 modelos, 40 formas de comprar, de contratar, são 40 especificações diferentes”, disse o executivo. 

O gerente de Contratos e Compras da PetroReconcavo, André Dorea, apontou uma dificuldade no mercado de sondas uma vez que, após os desinvestimentos da Petrobras, as empresas não estavam mais presentes no Brasil. Tal motivo é a justificativa da companhia estar internalizando os equipamentos.

No entanto, ele enxerga uma perspectiva de crescimento no setor de bens e serviços onshore. “Cada vez mais eu vejo isso nas [empresas] independentes. Passado o período de desinvestimentos, hoje, as empresas estão focando no seu plano de investimento”, disse Dorea.

Já a gerente geral de Estratégias de Contratação da Petrobras, Gisela Macedo, enxerga que o caminho “ainda é grande” no onshore. Um problema citado pela executiva é a legislação, uma vez que as empresas “compradoras” seguem uma legislação diferente das empresas “fornecedoras”.

“Ao mesmo tempo, acho que a gente consegue trabalhar em alguma frente nesse sentido; isso traria um benefício para o mercado como um todo”, afirmou Macedo. Uma das alternativas (neste caso, para as operadoras) seria realizar uma contratação spot que conseguisse juntar a demanda de dois ou três operadores.

Um outro ponto fundamental, segundo Macedo, é a capacitação de mão de obra e a segurança profissional. De acordo com o presidente da Redepetro RN, José Nilo Alves de Souza Junior, a mão de obra e a sua profissionalização precisam ser uma constante busca.

Para o futuro, a gerente da Petrobras afirma que as empresas que atuam no onshore possuem uma aplicação e potencial “quase que imediato”, principalmente em eólica offshore/onshore, solar e captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS, em inglês).

“Se a gente não começar a se preparar para uma transição energética no próprio mercado local, poderemos cair na situação de todas as parcerias estratégicas serem feitas pelas grandes empresas que já estão mais direcionadas a isso”, finalizou a executiva.

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