Revista Brasil Energia | ROG.e 2024

Mercado de capitais pronto para o setor de petróleo brasileiro

Analista da UBS BB destacou, durante o Fórum Onshore, como os bancos tem um "apetite grande" em participar dos processos do setor de óleo e gás

Por Fernanda Legey

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Da esquerda para direita: Márcio Félix (EnP e Abpip); Hugo Queiroz (L4 Capital); Luiz Carvalho (UBS BB); Gabriel Freire (Azevedo e Travassos); Fernando Cariola Travassos (ACRJ) (Foto: arquivo pessoal)

O mercado de capitais está 100% aberto ao setor de petróleo no Brasil, apesar de uma restrição maior de financiamento vista em outras localidades, como a Europa, devido à transição energética, afirmou o analista sênior da UBS BB, Luiz Carvalho, no painel “Cenários de M&A e de consolidação do mercado - motivação e resultados esperados”, realizado na terça-feira (24), durante o Fórum Onshore, evento paralelo à ROG.e 2024.

No Brasil, Carvalho aponta que há um “apetite muito grande” dos bancos em participar dos processos de financiamento. Como exemplo, ele cita a listagem da PetroReconcavo e da antiga 3R Petroleum - agora Brava Energia - na bolsa de valores brasileira (B3), e da Seacrest Petróleo, que realizou um Initial Public Offering (IPO) na Noruega. 

O analista enxerga que, atualmente, existem oportunidades a partir das transações e fusões entre empresas, bem como da redução de custo com a otimização de portfólio das companhias, “que muito possivelmente vai acontecer”, segundo Carvalho. 

De acordo com o sócio diretor da L4 Capital, Hugo Queiroz, o movimento visto são as empresas juniors ganhando força no mercado, sendo o preço do petróleo um dos fatores que influencia no crescimento. “A mudança no preço do petróleo incentiva as companhias a investirem, dado o retorno esperado”, completou ele. 

Um dos questionamentos aos painelistas foi o que seria necessário para o desenvolvimento das empresas na área onshore. O presidente do Conselho de Administração da Azevedo e Travassos, Gabriel Freire, entende que há um gargalo em equipamentos, sendo uma das soluções o incentivo para importação, principalmente em equipamentos usados e semi-novos.

Outro ponto seria oferecer, ao mercado de O&G, a possibilidade de uma emissão pública de debêntures que viabilizassem o financiamento da produção a micro e pequenos produtores. 

Já Carvalho entende que seria necessário um maior grau de pragmatismo por parte do Estado. “A gente não tem, como país, um plano de Estado. A gente tem um plano de governo que, a cada quatro anos, entra um governo que coloca a indústria para ir em uma direção; aí entra outro governo que coloca a indústria para ir em outra direção”, disse.   

Para Queiroz, uma outra possibilidade é ter um número maior de juniors no mercado. “Conforme esses players forem procurando o mercado, e o mercado também procurando eles, a gente deve ver estruturas novas de financiamento para essa cadeia”, disse o diretor da L4 Capital.

Por fim, o CEO da EnP e presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), Márcio Félix, compreende que o Brasil adquiriu uma competitividade, com uma produção e parque de refino “significativos” e um mercado de grande porte. Para ele, a questão é “manter o jogo de ter parcerias”. 

“É estar sempre mantendo um equilíbrio, onde todo mundo pode lucrar. Tem um limite em função dos preços dos derivados, mas que afeta de forma limitada, porque você pode exportar”, completou Félix.

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