Presidente da geradora mais ativa no mercado brasileiro de aquisições aposta carvão verde no Sul e em SMRs na Amazônia
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Zanatta diz que apetite da Âmbar para compras “continua voraz”
Presidente da geradora mais ativa no mercado brasileiro de aquisições aposta em carvão verde no Sul e em SMRs na Amazônia
        O presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta, disse na última sexta-feira, durante evento setorial na sede carioca da FGV, que após todas as recentes aquisições, o apetite da empresa do grupo J&F para novas compras “continua voraz”, com negócios por concluir ainda em 2025 e já trabalhando no planejamento para outras investidas em 2026, sem dar detalhes sobre os futuros alvos.
Em rápida entrevista após o evento, Zanatta deixou claro que um dos objetivos para 2026, não de aquisição, mas de venda de produção nova ou existente, está nos dois leilões de capacidade (LRCaps) programados para março do próximo ano. “Nós temos ativos estratégicos e acreditamos que eles vão ser recontratados”, disse, a respeito do parque termelétrico recentemente adquirido em várias regiões do país.
Entre as muitas aquisições feitas nos últimos dois anos e que a tornaram uma das principais geradoras termelétricas do Brasil, estão incluídas 12 UTEs da Axia (ex-Eletrobras), a Roraima Energia, o parque térmico a carvão de Candiota, RS (2024), sistemas isolados no Amazonas e no Acre e, mais recentemente, os 68% do capital total da Eletronuclear que pertenciam à Axia, tornando-se sócia minoritária da União no segmento de UTNs.
Segundo Zanatta, o foco principal em térmicas – embora recentemente a Âmbar tenha comprado quatro pequenas hidrelétricas da Cemig – decorre de uma estratégia baseada na necessidade de segurança energética que o SIN precisa para continuar expandindo as fontes renováveis intermitentes.
“A gente acredita que as energias intermitentes são superimportantes, mas não dão segurança ao Sistema e foi pensando nesse balanceio que fizemos nossos investimentos em ativos termelétricos que são seguros e dão base para o Sistema”, explicou, ressaltando a diversidade de fontes térmicas existentes no Brasil e nos países vizinhos, começando pelo gás natural.
Zanatta disse que a Âmbar está atenta à necessidade de redução das emissões das usinas termelétricas, especialmente dos ativos a carvão e a diesel, e mostrou que os esforços neste caminho estão em andamento, paralelamente à expansão da capacidade instalada.
O executivo citou o caso da UTE Uruguaiana, maior termelétrica da região Sul do país (640 MW), adquirida em 2021 e que, segundo ele, vem sendo transformada na primeira UTE a biodiesel do mundo, com a produção do combustível a partir de sebo animal.
Outro foco de investimento importante da Âmbar em descarbonização apontado por Zanatta é no polo gerador a carvão de Candiota. Uma das tecnologias em desenvolvimento é um projeto que capta o CO2 das chaminés e injeta em uma lagoa para a criação de algas que depois são utilizadas para a produção de espirulina, um suplemento alimentar rico em nutrientes.

Parque a carvão mineral de Candiota: entre as tecnologias em desenvolvimento está o projeto que capta o CO2 das chaminés e injeta em uma lagoa para a criação de algas (Foto: Divulgação/CGT Eletrosul)
O presidente da Âmbar disse que o potencial energético das reservas carboníferas do Sul do Brasil é maior do que o pré-sal e que já existem várias tecnologias sendo usadas em países como a China para neutralizar suas emissões de poluentes.
Sobre a entrada no segmento nuclear, Zanatta destacou a importância das UTEs no processo de descarbonização, lembrando que o Brasil ainda explora de maneira muito incipiente este potencial. No caso particular dos sistemas isolados da Amazônia recentemente adquiridos pela Âmbar, o executivo vê uma conexão direta com as pesquisas voltadas para os pequenos reatores modulares (SMRs, na sigla em inglês) como alternativas para substituir o suprimento hoje baseado em combustíveis fósseis.
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