Revista Brasil Energia | Rio Pipeline 2025

ANP planeja ciclos de ofertas permanentes mais constantes

Em entrevista à Brasil Energia, diretor-geral Arthur Watt defende regularidade anual nas ofertas e busca soluções para crise orçamentária da agência

Por Rosely Maximo

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A ANP pretende tornar mais constantes as ofertas de áreas para exploração na modalidade Oferta Permanente, podendo até estabelecer ciclos anuais. A informação foi confirmada pelo novo diretor-geral da autarquia, Arthur Watt, em entrevista à Brasil Energia.

"A gente tem que buscar uma regularidade nessas ofertas. É importante que, com uma certa regularidade, estejamos fazendo essa oferta ao mercado para que as empresas e investidores tenham previsibilidade e possam planejar seus investimentos", declarou Watt.

Entre os principais desafios da gestão, Watt apontou a necessidade urgente de recompor o orçamento da ANP. Segundo ele, a agência opera atualmente com um orçamento 80% inferior em termos reais ao de dez anos atrás. "Quando chegamos numa redução desse patamar, programas importantes para a sociedade acabam sendo reduzidos e até interrompidos", alertou, lembrando que a ANP gera recursos para os cofres públicos através de leilões, autorizações e fiscalizações.

Sobre a transição energética, Watt defendeu uma abordagem focada na redução da demanda por combustíveis fósseis, não na diminuição da oferta de petróleo. "Se a gente reduz a oferta antes de haver redução de demanda, pode acabar numa posição de importador líquido, que seria muito ruim para nossa economia", argumentou.

Questionado sobre o mercado de gás natural, Watt reconheceu o dinamismo do setor, mas apontou o desafio de massificar o consumo industrial. O diretor destacou que o gás é fundamental para o desenvolvimento industrial brasileiro e para a substituição de fontes mais poluentes, sendo necessária a expansão das estruturas existentes com estabilidade regulatória.

"Precisamos que esse gás chegue ao mercado em condições de alavancar nosso desenvolvimento e que o consumidor possa usufruir desse gás num patamar razoável", afirmou Watt.

O executivo reconheceu a complexidade da questão, descartando "soluções mágicas", mas prometeu analisar cada etapa da cadeia produtiva buscando máxima eficiência. "A gente precisa olhar para cada etapa da cadeia, buscando o máximo de eficiência, e uma regulação a mais adequada e justa possível", concluiu.

Assista à entrevista na íntegra:

Acompanhe a cobertura especial da Rio Pipeline na Brasil Energia: https://brasilenergia.com.br/cobertura/rio-pipeline-2025

 

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