Opinião

Analisar e priorizar investimentos são práticas capazes de consolidar negócios

Estudos precisam combinar diversas ferramentas analíticas e experiências de mercado, buscando dados que identificam e quantificam custos, perdas evitadas e riscos

Por Marisa Zampolli

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Para as grandes corporações, que necessitam aplicar corretamente os seus recursos, é provável que a pergunta sobre o que priorizar na hora de um investimento já tenha passado muitas vezes pela cabeça. Planejar orçamentos e alocar tarefas já são de conhecimento comum, mas engana-se quem não percebe a essencialidade dessas atividades para uma alta produtividade do negócio.

Estabelecer critérios e criar metodologias estruturais também. Embora não sejam tarefas simples, dado que o propósito se torna evitar falhas na estratégia, diminuir riscos e aumentar a produtividade, a primeira etapa é estabelecer um plano de investimentos eficaz. Já existem ferramentas no mercado capazes de automatizar esse processo, gerando as melhores combinações e alternativas, além de verificar riscos, tempo e obrigações legais. Já diziam nossos antepassados: “Tempo é dinheiro”, não é mesmo? (risos).

A criação de um bom plano, requer análise de prioridades. É preciso se perguntar: quais investimentos podem ser postergados e quais devem ser realizados imediatamente? Com as respostas para essas perguntas, é possível estabelecer critérios, de modo a evitar decisões aleatórias, que a longo prazo poderiam custar muito à empresa. Outro ponto importante é analisar quais oportunidades e benefícios que cada investimento pode trazer, tanto aspecto financeiro quanto pelo aspecto legal, visando o melhor para a longevidade dos negócios.

Os estudos precisam combinar diversas ferramentas analíticas e experiências de mercado, buscando dados que identificam e quantificam custos, perdas evitadas e riscos. A tecnologia é uma grande alinhada nessa etapa, isso porque já existem ‘softwares’ de gerenciamentos dinâmicos que utilizam ferramentas capazes de estimar até parâmetros relativos ao mercado, como variação do câmbio e inflação. Resumindo, um plano eficiente é que aquele que enxerga a empresa em sua totalidade, analisa riscos e busca as melhores soluções em cenários diversos. 

Qualquer indústria que lida com ativos são as que mais necessitam de um plano de investimento assertivo. Todos os anos, essas organizações tomam decisões a respeito de como manter e expandir a infraestrutura crítica para o negócio, decisões estas que devem considerar fatores como segurança, confiabilidade, responsabilidade ambiental e sustentabilidade.

Qualquer medida equivocada, por menor que possa parecer, pode gerar graves riscos à receita. A hidrelétrica Manitobal Hydro – uma das maiores empresas de energia do Canadá – é um exemplo de como um bom plano de investimento faz diferença para a companhia. Eles buscaram formas de implementar um sistema de investimento em ativos de maneira a ajudar a empresa a antecipar e gerenciar riscos, prever necessidades de capital, estabelecer um processo eficiente e efetivo de revisão tarifária e a criação de um investimento justificável para mais de 20 anos.

Os objetivos e valores estratégicos consideraram metas de segurança para os funcionários e comunidade; melhora na confiabilidade e satisfação dos clientes; a gestão ambiental; riscos financeiros – reduzindo custos e aumentando eficiência – e a reputação da companhia. Essas medidas permitiram que a empresa tomasse decisões mais sofisticadas no desenvolvimento do capital e nas linhas de negócio, tornando-a pioneira na metodologia de tomada de decisão de investimentos em ativos. 

Vale lembrar que as empresas devem considerar as normas internacionais, como a ISO 55000, que define o padrão global de gerenciamento de ativos de forma consistente e sustentável, permitindo um processo sistemático e coordenado, avaliando a produtividade, sustentabilidade, conformidade e ciclo de vida dos ativos. Para essas companhias, a tomada de decisão precisa ser baseada no valor e nos princípios chaves da ISO 55000 para criar um ambiente empresarial controlado, salubre e com expectativa de crescimento. 

É possível prever o crescimento dos negócios e os melhores investimentos sem analisar todos os cenários? Permito-me a dizer que o ano de 2020 se iniciou com boas expectativas para a economia. Os especialistas previam a continuação do crescimento financeiro no Brasil, que de forma lenta e gradual, vinha se recuperando desde 2017, conforme o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace). Entretanto, a pandemia da Covid-19 alterou essas previsões. O país entrou em recessão e as empresas precisaram se adaptar à nova realidade. 

Avaliar riscos, seguir medidas de proteção e higienização, tudo isso atrelado aos diferentes modelos de trabalho, como home-office e híbrido, alterou o equilíbrio empresarial. Com isso, percebemos que quanto mais preparados estivermos para as mudanças econômicas e mundiais, mesmo que repentinas, mais oportunidades teremos de obter sucesso. 

Custos, desempenho e riscos. Três pilares da análise de investimentos segundo a gestão de ativos. Três fatores que são capazes de potencializar os negócios.

Marisa Zampolli é presidente da MM Soluções Integradas, engenheira elétrica e especialista em gestão de ativos

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