Opinião

Eficiência energética, a importância da indústria para 2015

Por Redação

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Quando se fala em eficiência energética, é muito comum que as pessoas a segmentem por setores da economia como indústria, comércio, hospitais, prédios públicos, residências. No entanto, isso se deve principalmente às características da entidade responsável por gerar tais publicações. Tecnicamente, o mais adequado talvez seja segmentarmos pelos usos finais. A iluminação, por exemplo, é comum tanto na indústria quanto em comércio, residências, sistemas de saneamento, hospitais, entre outros.


O que se pode avaliar é que o setor industrial é o mais completo no tocante aos usos finais de energia, já que indústrias precisam de força motriz, produção de calor e de frio, iluminações das mais diversas, ar comprimido, pressão, transformações químicas endotérmicas e exotérmicas – e tudo isso carece de fornecimento de energia.


O estudo de cada um desses usos finais individualmente faz com que sejam fabricados modelos cada vez mais eficientes de equipamentos que os produzam. Isso tem ocorrido em escala vertiginosa. Exemplos são a grande mudança da iluminação conhecida pelos diodos emissores de luz, os motores cada vez mais eficientes, a ampla gama de fontes para gerar calor ou frio. O fato interessante, e talvez o que torne a eficiência energética tão apaixonante, é que isso não basta. A simples atualização de equipamentos não é a resposta adequada, mas sim a maneira como isso acontecerá.
Definir a forma como as novas tecnologias serão incorporadas a cada planta industrial é o real desafio, assim como a maneira pela qual acontecerá a aquisição desses equipamentos e seus modelos de financiamento. Além disso, deve-se analisar se valem ou não a pena tais mudanças. Claro que os fornecedores de equipamentos garantirão que sim.


Por isso, o setor de eficiência energética precisa de entidades neutras, cujo objetivo não seja a comercialização de produtos, mas sim a eficiência energética por si mesma. Esse é o papel das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Escos), que investem todos os esforços não apenas para que existam tecnologias que viabilizem os projetos, mas também para que a viabilidade econômica e comercial seja alcançada.
Recentemente, a Empresa de Pesquisa Energética publicou estudo que continha a tabela que veremos a seguir: ela mostra o potencial da eficiência energética por usos finais, além de associá-los por setor em cada coluna.


Só o fato de o setor industrial ter de longe o maior potencial, 24% a mais do que o segundo colocado, já seria o suficiente para situá-lo como o mais importante. Mas não é apenas isso. Quando se observa o setor de transporte, segundo colocado, deparamos com apenas um uso final significativo, a força motriz, o que mostra que a indústria não é apenas o setor com maior potencial de eficientização, mas também o setor com a maior gama de possibilidades de geração de tecnologias em busca dessa otimização de recursos.

A eficiência energética na indústria já provou ser muito importante e o contexto indica que irá despontar em 2015. As recentes diretrizes da Aneel em seus programas de eficiência energética, as novas opções do setor financeiro, os fabricantes, as Escos, ou seja, todos os protagonistas da eficiência energética parecem estar alinhados com esse panorama.

Alexandre Moana é diretor técnico da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia

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