Opinião
Energia: parceira silenciosa (e importante) dos grandes eventos
Artigo de Pablo Varela, gerente geral da Aggreko Brasil
Uma das expressões que melhor define o mundo dos eventos em geral é “plug and play”. Um evento, seja pequeno, grande ou mega, precisa de muitos meses ou mesmo anos para ser organizado, e só é bem-sucedido quando se faz uso de uma combinação adequada de prestadores de serviço. Para tanto, planejar com antecipação e selecionar parceiros experientes e comprometidos com levar o projeto adiante são pontos essenciais para assegurar que os organizadores façam um evento de sucesso. Como esportistas e artistas dizem: você é tão bom apenas quanto a sua última apresentação.
Esse é um tema de grande interesse para o Brasil desde 2007, quando foi escolhido para sediar a Copa do Mundo 2014, e ainda mais a partir de 2009, ao ser confirmado como o primeiro país da América do Sul a receber os Jogos Olímpicos, em 2016. Próximo do início dessas competições, com algumas arenas já concluídas ou perto disso, a atenção para a infraestrutura será crescente.
Se muito se comenta sobre a conclusão das obras dos estádios, pouco se fala sobre outra condição fundamental: o fornecimento de energia elétrica. Embora algumas das instalações dependam apenas da energia da rede local, muitas exigem um suporte adicional de fornecedores de energia temporária que seja confiável e constante, como fonte principal e como fonte de energia de reserva (backup). Assim, é bastante comum que a empresa responsável por esse serviço seja considerada um “parceiro silencioso” muito importante.
Uma escolha errada pode resultar em um blecaute, que afetaria grande quantidade de sistemas, incluindo a transmissão televisiva – algo impensável para eventos ao vivo, assistidos por milhões de pessoas e que recebem vultosos aportes financeiros de patrocinadores e transmissoras de TV de diversos países. A semifinal da Eurocopa entre Alemanha e Turquia, em junho de 2008, ilustra bem esse caso. Uma forte chuva causou três apagões e afetou a transmissão para o mundo todo. Isso foi um grande problema para os organizadores do evento, uma vez que afetou seu compromisso comercial com patrocinadores e parceiros da mídia – sem mencionar o dano potencial causado à sua reputação e imagem.
Existem diversos fatores a serem considerados quando se busca um fornecedor de energia temporária confiável. Entre eles estão capacidade técnica, experiência no mercado, conhecimento comprovado do setor, além da qualificação de uma equipe capaz de gerenciar, planejar e executar o projeto. Os organizadores de eventos não podem abrir mão dessa combinação essencial de qualidades ao considerar quem selecionar como seu fornecedor temporário de energia.
Nesse sentido, know-how é fundamental, e ele pode ser adquirido não apenas durante os eventos, mas também na fase de preparação deles. Alguns eventos ocorrem de forma cíclica, como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo, a cada quatro anos. Durante esses intervalos, grandes companhias do setor de esportes se reúnem para discutir pontos críticos com base em plataformas bem definidas, tais como as estabelecidas pela Sport Business, pela World Academy of Sports, pela Sports Accord e pela Soccerex. A participação nessa atividade “fora da temporada” é essencial para manter-se em dia com as novidades do setor e tratar das próprias necessidades por meio do desenvolvimento progressivo da estrutura adequada.
A meta final para organizadores de eventos é realizar competições que sejam positivamente memoráveis, e ter parceiros experientes sem dúvida contribui muito para isso. Quando o trabalho é feito corretamente, o fornecedor temporário de energia desempenha um papel silencioso, mas onipotente, proporcionando a energia que viabiliza todo o projeto. Em grandes eventos, passíveis de julgamento mundial e seguidos de perto por fortes e exigentes expectativas de importantes patrocinadores e parceiros de transmissão, a escolha dos parceiros certos é crucial.
Pablo Varela é Gerente Geral da Aggreko Brasil