Opinião

TI e Telecom reduzindo emissões de gases de efeito estufa

Artigo de Renato Botto, consultor da Oracle e mestre em Tecnologia Ambiental pelo IPT

Por Redação

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Nos últimos anos, a tecnologia vem preenchendo áreas que antes não se imaginava ser possível preencher. Tínhamos uma tradição forte de automação bancária, criação de sistemas para melhoria de processos para dar suporte ao setor das indústrias e de serviços. Eram os antigos CPDs, comandados pelo pessoal de sistemas. Em Telecomunicações, nos acostumamos às grandes operadoras atendendo basicamente ao suporte a chamadas com voz, primeiro na telefonia fixa, depois na telefonia móvel.

Para reunir essas inovações que ajudam o meio ambiente, cabe primeiro apontar alguns grupos de tecnologias disruptivas trazidas por TI e Telecom (TIC):

• Proliferação e sofisticação de dispositivos do mundo móvel, como smartphones, tablets, dispositivos embutidos de controle, etc.
• Instrumentação via TIC de processos eletromecânicos com fins de monitoração, controle e gestão, comando remoto e diagnóstico de operação, aplicados nos mais diversos objetos, como carros, aviões, prédios, unidades hospitalares, processos industriais, plantas de geração de energia e uma infinidade de outros “hóspedes” que, instrumentados dessa forma com tecnologia, melhoram seu perfil de uso de várias formas.
• Aumento drástico da banda móvel e fixa disponível em telecomunicações, possibilitando o tráfego de dados e mídia em diversos formatos, em múltiplos canais, em todo momento, em qualquer lugar, viabilizando uma distribuição de conteúdo de maneira universal.
• Utilização de ofertas de ativos de TIC que antes ficavam em data centers em nuvens tecnológicas. Agora são disponibilizados e adquiridos tanto infraestrutura, como uma infinidade de aplicações e serviços. Tais aplicações rodam em computadores, tablets, smartphones, TVs conectadas, dispositivos embutidos, etc.

Assim, na arena do meio ambiente, com essas inovações, as TIC têm provido reduções de diversos tipos, com níveis de maturidade distintos para cada aplicação e cada região, mas sempre trazendo benefícios econômicos e ambientais.

Outro campo de aplicação são os chamados Green IT ou Green Telecom. É um tema interessante, que trata de reduzir a pegada de carbono da própria indústria de TIC ou mesmo das unidades relacionadas dentro de grandes empresas. No entanto, a maior contribuição das TIC em termos de potencial como provedor de uma economia de baixo carbono se dá como um habilitador de reduções para indústria, transportes, prédios e plantas de energia.

O gestor público e também as corporações aplicam as inovações de TIC em diversos campos, de acordo com o perfil da região que administram. Por exemplo, em uma métropole, as maiores contribuições seriam relacionadas com transportes e depois prédios. Por outro lado, em uma região com perfil industrial, uma implantação de tecnologias na parte de energia e industrial faz mais sentido.
Institutos de pesquisa, universidades, fundações, empresas de inovação estão hoje se dedicando a alavancar diversas tecnologias nessas áreas. Além disso, é importante observar experiências externas e suas diversas aplicações.

Mas que inovações seriam estas? Há um campo enorme delas. Para uma descrição, mesmo que sucinta, de algumas dessas inovações seria necessário um aprofundamento do tema, o que aconselhamos aos interessados no assunto. No entanto, vamos citar algumas inovações de TIC que estão provendo reduções comprovadas nos quatro segmentos básicos anteriormente listados:

• Energia: smart grid (redes metropolitanas inteligentes)
• Indústria: motores inteligentes; monitoração de processos industriais; suporte à desmaterialização da produção
• Transporte: teleworking; ecodireção; gestão do fluxo de tráfego; sistemas inteligentes de transporte; logística; gestão de frota
• Prédios: design inteligente; controle inteligente de ar-condicionado e iluminação; uso inteligente de água


Há casos de redução contundentes em pilotos de aplicação em cidades, empresas que inovaram nos seus processos industriais, governos que incentivam ou inibem práticas e comportamentos favoráveis do segmento produtivo e da própria população.

Renato Botto é consultor de Arquitetura Empresarial na Oracle e mestre em Tecnologia Ambiental pelo IPT

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