Opinião

Eficiência: a melhor oportunidade do setor

Segundo o Banco Mundial, o consumo médio per capita do brasileiro era, em 2011, apenas o 70º do mundo em energia elétrica (2.437 kWh) e o 72º em combustíveis

Por Redação

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A indústria de energia brasileira tem, independente das oscilações da economia, enorme potencial de crescimento, seja para a oferta ou a demanda no mercado interno ou externo. Segundo o Banco Mundial, o consumo médio per capita do brasileiro era, em 2011, apenas o 70º do mundo em energia elétrica (2.437 kWh) e o 72º em combustíveis (1.371 kg óleo).

Tais números são inferiores inclusive em relação a países com níveis de renda per capita e IDH semelhantes ao nosso, como a Argentina. Apenas para igualar nosso vizinho, por exemplo, demandaríamos um crescimento próximo a 20% na geração de energia elétrica, independente da matriz.
Nosso potencial produtivo é invejável e vem de variadas fontes, como água para hidrelétricas, luz solar para parques fotovoltaicos, vento para usinas eólicas, grãos, cana de açúcar e reservas petrolíferas, entre outros menos expressivos atualmente.

Segundo o BNDES, o setor de Petróleo & Gás deverá receber R$ 509 bilhões em investimentos entre 2015 e 2018, ou seja, 42,1% mais que em relação ao período entre 2010 e 2013. Do mesmo modo, a perspectiva de investimento no setor elétrico é de R$ 192 bilhões até 2018.

Nos últimos 40 anos, diferentes governos demonstraram conhecer esses recursos e importantes iniciativas foram tomadas, mas, ainda assim, muito precisa ser feito para atender a própria população brasileira.

Sabemos que o Brasil figura no seleto grupo de países “ricos” em petróleo pelo pré-sal e, cada vez mais, esse diferencial será estratégico e movimentará a economia do setor. E como em outros setores, a eficiência é um diferencial independente das oscilações econômicas, especialmente nos momentos de baixa dos mercados, quando se exige mais resultados com os mesmos recursos.

Os parques produtivos do setor de energia no Brasil têm enormes oportunidades de modernização e ganho de eficiência no consumo de matéria-prima e insumos, além de outras etapas nas quais o controle de qualidade dos processos é crítico para atingir os benchmarks do setor.

Não apenas na produção, mas também na distribuição para os principais centros consumidores e os mais distantes rincões do país. Por exemplo, os equipamentos de medição e controle de processos são muito melhores hoje do que há poucos anos e as inovações tecnológicas trazem, cada vez mais, melhores soluções e grandes retornos.

Todo empresário e gestor sabe das vantagens competitivas e dos resultados que podem ser obtidos com a modernização de seus parques produtivos. A dúvida sobre investir em melhorias ocorre, em especial, por questões de disponibilidade de recursos.

Os executivos que entenderem a crise como oportunidade para ganhar eficiência verão a modernização de seus parques como prioridade. Quem investir em eficiência desde já estará preparado para não se expor durante a maré baixa da economia e muito mais forte para nadar “de braçada” no momento propício.

Antônio José Vergara Gomes é gerente-geral da Omega Engineering LATAM

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