Opinião
Petrobras investe para aumentar produção
Em seu Plano de Negócios 2014-2018, a Petrobras anunciou diversos objetivos, como a expansão das atividades de exploração e produção de óleo e gás no Brasil. A companhia planeja investimentos para poder abastecer o mercado brasileiro de derivados de petróleo e elevar sua capacidade de processamento para 3,9 milhões de barris/dia, a fim de atender à demanda nacional. A Petrobras tem buscado novas concessões exploratórias para atingir tal objetivo. No final de 2013, a companhia adquiriu 76 mil km2 de áreas offshore.
Preparando-se para o futuro
Para atingir suas metas, a Petrobras faz pesados investimentos em ativos de perfuração. A petroleira encomendou a construção de 40 novas unidades capazes de operar em águas ultraprofundas até 2019. Algumas dessas unidades serão construídas em Singapura, mas a maior parte será fabricada no Brasil. Os equipamentos das sondas serão inicialmente fornecidos por fabricantes de diversas partes do mundo, porém, com o tempo, o objetivo é aumentar o conteúdo local brasileiro.
A Petrobras assinou contratos com a Sete Brasil, Odebrecht e Etesco para afretar e operar nove das sondas de perfuração. A Odebrecht irá operar quatro das seis unidades que serão construídas no Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) em Maragogipe, na Bahia – construído para executar os trabalhos. A Etesco vai operar as duas outras unidades. Outras três sondas serão construídas no Estaleiro Rio Grande 2 (ERG2), no município de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, também construído para esse propósito. Todas as unidades encomendadas ao estaleiro serão operadas pela Etesco.
A Sete Brasil encomendou sete sondas de perfuração de águas ultraprofundas ao Estaleiro Jurong Aracruz, da Sembcorp, no Brasil. Todas as sondas possuem projeto Jurong Espadon, do Estaleiro Jurong, e serão capazes de operar em lâminas d’água de até 3 mil m e perfurar em profundidades de até 12.200 m. A previsão é que as unidades sejam entregues entre o segundo trimestre de 2015 e o segundo trimestre de 2019. Três das sondas serão operadas pela Odfjell, e três pela Seadrill. Outras sete sondas de águas ultraprofundas com projeto Espadon 200, que serão operadas pela Petrobras, estão em construção no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Brasil.
Além dessas unidades, há seis semissubmersíveis de perfuração com design FFELS DSS38E em construção no Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis. Três dessas unidades serão operadas pela Queiroz Galvão, duas pela Petroserv e uma pela Odebrecht.
Todas as sondas, a primeira das quais será entregue em 2016, foram contratadas por 15 anos pela Petrobras.
Com classificação, E&P mais fundo
A ABS foi escolhida para classificar todas as 40 sondas de perfuração de águas ultraprofundas encomendadas pela Petrobras, incluindo 12 que já foram entregues. Os especialistas da empresa classificarão essas sofisticadas unidades conforme o Guia da ABS para Construção e Classificação de Sondas de Perfuração. O Guia da ABS para Classificação de Sistemas de Perfuração (CDS) também será aplicado a parte das sondas, que terão a certificação CDS.
A ABS avalia que o escopo desse projeto exigirá a utilização de todos os recursos disponíveis da empresa no mundo. Cada projeto de construção será supervisionado por um gerente de projeto com o apoio de equipes de engenharia em Singapura, Londres, Houston e Rio, assim como equipes de especialistas baseados em cada um dos estaleiros envolvidos. Devido à dimensão do trabalho, a ABS estabeleceu um Escritório de Gerenciamento de Projeto (PMO, na sigla em inglês) no Rio de Janeiro para apoiar as equipes de projeto no gerenciamento dos recursos, cronogramas e suprimento. Gerentes de projeto no Brasil e Singapura respondem ao PMO, bem como o Engenheiro de Programação e Controle de Projeto, que é responsável pela supervisão dos projetos e gerenciamento de fabricantes e fornecedores locais e internacionais.
A ABS abriu seu primeiro escritório no Brasil em 1948 e cresceu no país em consonância com a expansão das indústrias naval e offshore, oferecendo serviços à indústria de construção naval brasileira, a armadores e à indústria offshore local.
Sidney Bereicoa é é gerente de Desenvolvimento de Negócios e Tecnologia Offshore da ABS