Opinião
Petróleo e gás: cinco prioridades para 2015
Nos últimos anos, enquanto a indústria de petróleo e gás mirava o crescimento, foi recomendado um conjunto de critérios de planejamento para ajudar os executivos do setor a estabelecer prioridades
Nos últimos anos, enquanto a indústria de petróleo e gás mirava o crescimento, foi recomendado um conjunto de critérios de planejamento para ajudar os executivos do setor a estabelecer prioridades.
Para 2015, por acreditarmos que manter o foco correto é o que realmente importa, simplificamos a lista para apenas cinco critérios. Dessa forma, o executivo pode se dedicar ao planejamento nos fundamentos para entregar excelentes resultados.
1. Dedução do preço do petróleo. Os ciclos de preço de petróleo e gás sofreram uma queda – em questão de dias e meses, em vez de em anos. O mercado não está preparado para proporcionar estabilidade, então os executivos devem encontrar formas de desenvolver planos estáveis por conta própria. Por exemplo, a faixa de preço entre $ 80 e $ 100 por barril do petróleo Brent é considerada acessível para algumas empresas. Qualquer valor abaixo pode ser um passo para desacelerar atividades como, a longo prazo, exposição de capital de alto risco, e variações acima de $ 100 poderiam liberar financiamentos para expansão de projetos.
2. Planos de custo realistas e eficientes. É bom saber que as empresas de petróleo e gás estão se esforçando para reduzir a operação de upstream, porém nos últimos quatro anos os custos operacionais aumentaram cerca de 15% , enquanto já havia tentativas de redução de custos. A reversão da tendência de preços de commodities e as mudanças de câmbio geram oportunidades interessantes para as empresas, caso sejam hábeis em implementar projetos de redução de custos para os próximos anos.
3. Previsão operacional. Nos últimos anos as empresas de petróleo e gás enfrentaram dificuldades em estimar a produção de upstream, especialmente aquelas que estavam previstas para crescer. Com mais de 70% da produção mundial de petróleo vindo dos campos com mais de 10 anos, confiança e previsibilidade são fundamentais quando falamos de campos mais maduros, já que quase todos eles atingiram ou ultrapassaram o pico e terão declínio na produção. Muitos estão empenhados na recuperação do petróleo, mas é importante manter expectativas realistas sobre os volumes que podem derivar desses tipos de ativos, em lugar de prever máximos teóricos, já que estimativa de produção P50 surge com maior variação nesses campos mais antigos.
4. Entrega de projeto de capital. Alguns projetos muito grandes não se saíram bem nos últimos anos, com custos ultrapassando mais que o dobro de seu orçamento e fora do prazo. Ainda assim, quando olhamos para os próximos anos, 60% do capital é destinado a megaprojetos, incluindo mais de $ 10 bilhões para os de gás natural. Minha sugestão é separar os projetos em várias categorias, para que as empresas de petróleo e gás comecem a estabelecer metas realistas e a se empenhar em seus projetos mais desafiadores.
5. Investir nos talentos da casa. A indústria passou por uma rodada de redução no quadro de funcionários, incluindo alguns programas de redução de custos amplamente relatados em várias companhias de petróleo. O ideal seria utilizar 20% dos custos economizados para investir em habilidades, capacidades e centros de excelência. Caso contrário, vamos lamentar novamente a perda de talento para outras indústrias e as companhias de petróleo e gás vão sentir o impacto em seu desempenho a médio prazo.
Manter estes cinco critérios fundamentais de planejamento sob controle é fundamental para que os executivos consigam orientar suas empresas ao longo de um caminho positivo em 2015 e durante os próximos anos. Feito isso, a agenda de planejamento pode novamente se tornar mais estratégica e diversificada. E mesmo que as companhias visem um retorno sobre o capital de mais 12% – e almejem os 20% –, seguir um planejamento simples e manter o foco no que realmente importa é o melhor caminho para 2015.
Ricardo Gold é sócio da Bain & Company