Opinião

Rio: um marketplace classe mundial

O exemplo de Houston indica que há uma oportunidade de aumento na atração comercial no Rio de Janeiro, comenta Marcelo Haddad

Por Redação

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De acordo com o Greater Houston Convention and Visitors Bureau, a Offshore Technology Conference (OTC) injeta anualmente mais de US$ 100 milhões na economia de Houston, apenas considerando os gastos com hospedagem, alimentação, transporte e lazer dos participantes do evento, sem abranger o volume de transações comerciais das quase 3 mil companhias presentes na feira.

Com a realização, no Rio, de eventos como a Rio Oil & Gas (47 mil pessoas neste ano) e OTC Brasil (15 mil visitantes em 2013) – que em 2015 contará com o encontro anual da World Energy Cities Partnership (WECP), organização internacional que reúne líderes das grandes cidades do mundo que têm suas economias baseadas na área de energia –, podemos dizer que temos na cidade o maior volume de negócios do setor de óleo e gás da América Latina.

O exemplo de Houston indica que há uma oportunidade de aumento na atração comercial no Rio de Janeiro.  As capacitações necessárias para executar as atividades fins do setor de O&G brasileiro podem e devem ser usadas para gerar negócios com empresas de outras regiões do mundo. Houston se tornou o marketplace mundial do setor não só pelo volume de reservatórios no Golfo do México ou pela quantidade de empresas presentes na região, mas justamente por oferecer sua capacidade instalada de geração de produtos e serviços a outras regiões do mundo e por realizar feiras e congressos para expor e comercializar essa capacidade.

O Rio de Janeiro deve se posicionar como um marketplace classe mundial – entendido aqui não só como o lugar onde estão instaladas e operam as principais empresas do setor, mas como importante hub de transações comerciais –, para não perder as oportunidades de atendimento das demandas globais futuras que se apresentam de forma bastante concreta em outros países, principalmente no setor de Subsea.

Por exemplo: devido às semelhanças geológicas com o nosso pré-sal, a Costa Oeste da África oferece uma oportunidade concreta, em termos de internacionalização de mercados, aos fornecedores brasileiros. Outro dado importante é o de que a demanda mundial por equipamentos e serviços submarinos atualmente é de US$ 65 bilhões, e 15% desse total estão concentrados na América do Sul e Central.

A presença de empresas de equipamentos e serviços submarinos mais representativas no Parque Tecnológico mostra que a inovação gerada no Brasil já é respeitada mundialmente. Além disso, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), até 2020 o Brasil concentrará 44% dos equipamentos subsea no mundo, ou seja, o Rio de Janeiro vem se firmando como forte candidato a grande parte dos investimentos em unidades fabris e de serviços no segmento subsea. A indústria de equipamentos submarinos brasileira é considerada por muitos analistas e agentes do setor como um caso de sucesso incontestável.

Por outro lado, a expertise internacional é bem-vinda, temos espaço para novas empresas e investimentos e a cidade tem oferecido apoio e incentivos aos investidores que acreditam no potencial do Rio de Janeiro. Para colocar o Rio no radar de empresas globais do setor, a Rio Negócios promove ações permanentes que vão de roadshows internacionais em hubs do setor como Houston, Aberdeen e Stavanger. A realização do encontro anual da WECP em 2015 e a associação à NOF Energy, organização que representa companhias de petróleo e gás do Reino Unido e da qual somos agora Global Partners, são frutos da missão realizada neste ano.

Além de um reconhecimento internacional da atuação da Rio Negócios, estas são oportunidades concretas para atrairmos mais investimentos para o Rio, através da rede de contatos com entidades de prestigio e capilaridade mundial, fortalecendo a posição da cidade como capital do setor de óleo e gás no país e importante centro internacional de operação e realização de negócios.

Marcelo Haddad, presidente da Rio Negócios – agência de atração, promoção e facilitação de investimentos da cidade do Rio de Janeiro

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