Opinião

O mercado está preparado para seguir crescendo

Por Armando Laudorio, diretor geral da Gas Natural Fenosa e ex-presidente da Abegás

Por Redação

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Os acontecimentos cíclicos que têm abalado a economia mundial nos últimos anos vêm mostrando que o mercado necessita, cada vez mais, estar salvaguardado para instabilidades, notadamente no que se refere à área de energia. Dessa forma, o gás natural se apresenta como uma alternativa ecologicamente correta e logisticamente estável, sobretudo considerando o fluxo de GNL que, em nível mundial, poderá ser incrementado substituindo outras formas de geração de energia.

No caso brasileiro, o mercado de gás natural experimentou crescimento médio da ordem de 20% ao ano de 1998 a 2005, ficando relativamente estável até 2007. Em 2008, registrou crescimento relevante e, em 2009, veio a crise. Apesar dessa fase de turbulência, o mercado de gás, a exemplo do Brasil, vem se recuperando de forma singular, batendo recordes de consumo de tempos em tempos. O mais importante é que, no último ano, esse crescimento foi constatado nas diversas regiões geográficas do país.

Percebe-se que cada agente do setor vem fazendo a sua parte de forma otimizada. O fornecimento vem apresentando flexibilidade e melhoria em relação a 2007, por meio dos terminais de regaseificação, do Gasene, do aumento da importação da Bolívia e da redução dos volumes queimados para níveis tecnicamente aceitos, disponibilizando o produto com muito mais solidez às distribuidoras. Estas, por sua vez, vêm investindo em suas redes e, atualmente, o mercado brasileiro já dispõe de quase 20 mil km de redes implantadas pelas empresas em seus respectivos estados. Algumas companhias, ainda em fase pré-operacional, já esboçam início de operação, e estados antes “esquecidos pela geologia do petróleo” vêm se apresentando como potenciais produtores de gás.

A perspectiva de aumento da produção nacional, oriunda das reservas do pré-sal, nos remete à oportunidade para que seja desenvolvida uma política que estimule novos mercados e aumente continuamente o consumo do gás natural em nosso país. Adicionalmente, o mercado ainda será impulsionado pela Lei do Gás, que, de forma imperativa, engaja o Ministério de Minas e Energia como carro-chefe do planejamento da infraestrutura de transporte a ser realizada nos próximos dez anos.

A política nacional para o gás natural precisa, cada vez mais, ser tratada em nível de Estado.

O setor de distribuição de gás natural no Brasil, representado legitimamente pela Abegás, tem tido na associação o respaldo técnico, operacional e comercial necessários ao seu desenvolvimento. Nesse contexto, a Abegás tem experimentado com sucesso mudanças profundas em seu funcionamento, desde a reforma do escritório, passando pela modernização da infraestrutura de informática, reavaliação dos comitês técnicos internos, até os aspectos de unificação nacional, com a realização de missões técnicas, convenções, seminários e workshops, sempre tendo como pano de fundo uma governança transparente, participativa e socializada.

Para 2011 há diversas ações já programadas. No planejamento da associação temos cinco workshops, 12 cursos, dois seminários e duas missões técnicas a realizar no decorrer do ano.

Entre os eventos programados está o workshop residencial, com o objetivo de estabelecer um canal para a troca de experiências entre as distribuidoras e fornecedores sobre o segmento. É o evento que deverá trazer a maior troca de experiências entre os associados e colaborar, efetivamente, para deslanchar o crescimento no varejo. Afinal, o segmento residencial vem crescendo ano a ano, e, de acordo com as projeções elaboradas pela Abegás, deverá crescer em média 13% ao ano nos próximos cinco anos. Em virtude disso, a associação detectou a necessidade de realizar um workshop exclusivo para o tema, de forma que seja possível discutir estratégias para a expansão do segmento e trocar informações sobre as oportunidades para seu desenvolvimento, considerando as especificidades e também os aspectos comuns das diversas regiões do país.

Ao deixar a presidência da Abegás, saio com a convicção de que a associação continuará melhorando e crescendo, tornando-se cada vez mais um orgulho para seus associados.

Armando Laudorio é diretor Geral da Gas Natural Fenosa e deixou recentemente a presidência da Abegás

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