Opinião

Asset Performance Management: tangibilizando a transformação digital na área industrial

Os sistemas de APM compreendem várias ferramentas digitais que geram diagnóstico e análise detalhada dos ativos nas operações de empresas, impactando diretamente o resultado financeiro da organização

Por Victor Venâncio

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As operações das empresas das áreas de energia, petróleo e gás possuem um considerável volume de ativos envolvidos. Estes ativos são os equipamentos industriais de processo, válvulas críticas, sistemas de automação, turbinas, compressores, separadores, colunas de destilação, tanques e etc, presentes no up, mid e downstream de toda organização do setor.

Os movimentos de M&A, desinvestimento, parcerias e a obsolescência de sistemas típicos da era da indústria 3.0 existentes nas empresas, complementam o cenário e complicam ainda mais a gestão da performance de ativos, na medida que dados históricos podem se perder. As organizações devem superar esses desafios e utilizar os dados estrategicamente para monitoramento remoto, manutenção prescritiva, melhoria contínua da eficiência (energética e operacional) e aumento da confiabilidade dos ativos.

Os sistemas de Asset Performance Management (APM) compreendem várias ferramentas digitais que geram diagnóstico e análise detalhada dos ativos nas operações de empresas, coletando e monitorando os dados, e fornecendo uma visão holística da condição de operação e performance de todos ativos industriais em perspectiva histórica e em tempo real, impactando diretamente o resultado financeiro da organização.

Propicia uma melhor gestão dos ciclos de manutenção, estratégias de análise de ciclos de vida de equipamentos, da análise de riscos, permitindo agilidade na tomada de decisões e trazendo oportunidades de geração de vantagens competitivas sustentáveis através do back office (ativos industriais) das organizações.

Uma pesquisa recente publicada pela Forrester, indica que estas tecnologias digitais utilizadas nos sistemas de APM, reduzem de 5 a 10% a probabilidade de paradas de produção não programadas e de 6 a 10% as paradas requeridas para efetuar as manutenções programadas.

Outro resultado da pesquisa foi a extensão do ciclo de manutenção dos ativos em 10 a 26 semanas, gerando economia substancial com peças de reposição e alocação de mão de obra.

Algumas externalidades surgem, como a redução do número de visitas de técnicos e engenheiros ao campo (up, mid e downstream) e, com o uso de tecnologias digitais integradas aos APM’s, como por exemplo, a realidade virtual, aumentada ou mista, o digital twin, as  redes de sensores IoT / IioT em edge computing com os dados sendo armazenados diretamente nas nuvens, aceleramos os resultados operacionais e financeiros das organizações através do uso de algoritmos de inteligência artificial e machine learning.

Toda empresa de energia, óleo e gás possui iniciativas de ESG. Os dados históricos e em tempo real dos sistemas APM, integrado às tecnologias digitais emergentes da indústria 4.0, têm o poder de colaborar com o atingimento das metas estipuladas pelos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis).

No E do ESG, colabora com as metas de descarbonização nos escopos 1, 2 e 3, reduzindo viagens desnecessárias de funcionários e prestadores de serviços,  o consumo de recursos naturais através do uso desnecessário de peças e componentes dos equipamentos e na própria produção e geração de energia, reduzem as emissões de GEE na medida que aumentam a eficiência operacional dos equipamentos, possibilitam identificar oportunidades de melhorias contínuas, reduzindo emissões de particulados, ou desperdício de água, por exemplo, entre outras diversas oportunidades em relação ao S e ao G do ESG, como a segurança e bem estar dos funcionários, garantia de integridade dos dados, e como ferramenta para tomada de decisões estratégicas melhores e mais rápidas por parte dos C-levels.

Por isso, gosto de dizer que os sistemas APM tangibilizam a transformação digital nos ativos industriais das organizações. É onde as tecnologias se deparam com a realidade da indústria e podem, efetivamente, gerar valor compartilhado.

E sua empresa já utiliza um sistema APM, seus sistemas estão extraindo valor dos dados ou somente mantendo as variáveis de processo sobre controle operacional?

 

 

 

 

 

Victor Venâncio é head de Transformação Digital LatAm da IHM Stefanini Group

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