Opinião

Oportunidades em alto-mar

Por Fabiano Kawano, consultor da Robert Half

Por Redação

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Não é novo o fato de o Brasil ser uma das referências mundiais na exploração do petróleo, mas nos últimos anos, devido a fatores naturais, como a descoberta do pré-sal, e a investimentos públicos e privados no setor de óleo e gás, as oportunidades de trabalho na área são crescentes. Dentro da ampla gama de funções que podem ser exercidas no segmento, chamam a atenção os cargos disponíveis nas embarcações. Faltam profissionais totalmente aptos para atuar nos navios, seja pela experiência necessária, seja por características de perfil exigidas para lidar com as longas jornadas em alto-mar.

Não costuma ser rápido o processo de encontrar pessoas para trabalhar dentro dos navios em áreas como produção, navegação e instrumentação. Além da experiência e do tempo de trabalho em outras embarcações, é necessário disposição para passar até 28 dias em alto-mar. As compensações vêm em forma de remuneração acima da média – os salários do setor de petróleo e gás são em média 20% mais altos que em posições similares em outros segmentos da indústria – além do atrativo pacote de benefícios.

Tão importante quanto a formação desse profissional, porém, é a prática obrigatória no oceano, o que faz desses trabalhadores ativos escassos para as empresas.
Mas por que a vivência nas embarcações é tão importante, já que para exercer algumas funções basta a formação? Simplesmente porque o aspecto psicológico pesa durante a viagem nos navios.

A rotina de trabalho é intensa e o convívio diário com o mesmo grupo de pessoas durante muito tempo pode ser uma prova de resistência até para os mais fortes. Por isso, o trabalho de recrutamento especializado para a área de óleo e gás ganha corpo e importância cada vez maiores. Este processo minimiza riscos e seleciona profissionais com perfis mais apropriados a cada uma das funções disponíveis.

A contrapartida para solucionar o problema da escassez também vem do governo federal, que lançou em 2003 o Programa Nacional de Mobilização da Indústria do Petróleo e Gás (Prominp). Desenvolvido pela Petrobras, o Programa tem o Senai como parceiro e é um importante acesso dos interessados em atuar no setor ao mercado de trabalho.

Segundo dados do próprio programa, será necessário qualificar 207 mil profissionais para atender a demanda do setor de petróleo e gás entre os anos de 2010 e 2013. Desses profissionais, 65% seriam de nível básico, 28% para nível médio e técnico e 7% para nível superior.

Sem dúvida o mercado de óleo e gás tem potencial, e o investimento na formação adequada trará resultados para quem tiver interesse e disposição em atuar na área. Além das oportunidades no Brasil, empresas multinacionais investem na capacitação de seus recursos humanos fora do país.

É uma solução que as companhias encontraram para resolver o problema da falta de qualificação do profissional brasileiro, que com essa experiência consegue obter dois ganhos em capacitação – o técnico e o do idioma inglês, que também é uma grande demanda do mercado. Portanto, o caminho para uma carreira bem-sucedida pode começar em terra, mas sem dúvida reserva boas oportunidades em alto-mar.

Fabiano Kawano é consultor da Robert Half

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