Opinião

A vez do bio-GNV

Por Redação

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Não passa mais pela imaginação de ninguém que os recursos de petróleo e gás natural conhecidos sejam de duração ilimitada. Embora tudo indique que as reservas de gás são maiores que as de petróleo, em nível mundial, torna-se necessário acelerar as ações para a colocação em prática do uso de combustíveis alternativos. Uma das opções existentes, em especial para veículos pesados, é o bio-GNV, um combustível renovável, já testado e usado em diversos países.

O bio-GNV é produzido da mesma maneira que o gás natural foi feito, há 200 milhões de anos, a partir de matéria de origem vegetal ou animal. O bio-GNV não deve ser confundido com biogás. O biogás é uma mistura de metano e outros gases produzida a partir da decomposição de matéria orgânica.

Sua produção ocorre naturalmente em aterros sanitários de lixo industrial ou doméstico, ou no tratamento de esgotos. Já o bio-GNV é um substituto do gás natural, com qualidade de gasoduto, obtido a partir do processamento do biogás para a retirada de componentes prejudiciais ao uso veicular, como enxofre, CO2 e água. Sua utilização em veículos apresenta índices de emissões melhores que as dos combustíveis convencionais.

O Brasil deverá chegar ao fim de 2007 com um total de veículos a GNV em torno de 1,5 milhão. Em sua maioria, veículos leves ou médios. O desenvolvimento desse mercado é substancialmente dependente da existência de uma boa infra-estrutura de abastecimento. Num país com as dimensões do Brasil e com a ainda recente chegada do gás natural, essa infra-estrutura é limitada.

O bio-GNV é um excelente combustível para suprir veículos, especialmente em regiões ainda não-atendidas por gasodutos de distribuição de gás natural. Algumas iniciativas que se aproximam dessa visão estão em andamento, mas ainda sem atingir o objetivo final. Em São Paulo, no Aterro Bandeirantes, existe hoje uma operação de aproveitamento do biogás gerado no local, mas até agora só utilizado parcialmente, para geração de energia elétrica.

O Rio de Janeiro assinou convênio recente com uma consultoria para a produção de biogás no Aterro de Gramacho, ainda sem incluir o bio-GNV. Existem notícias de projetos em alguns estados da região Sul voltados para o bio-GNV. A produção de bio-GNV precisa ser estimulada pelos governos estaduais/municipais, o que pode ser feito através de parcerias público-privadas (PPPs).

Isso resultará em melhorias para o serviço de coleta urbana, maiores recursos e qualidade para o setor agropecuário da região atendida, possibilitando o abastecimento local de veículos e o seu desenvolvimento. A iniciativa contribuirá também para melhorar as condições ambientais na região onde for implantado o programa. R.Fernandes é coordenador do Comitê de GNV do IBP

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