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Revista Brasil Energia | OTC 2025

OTC termina com recorde de participação e destaque para o Brasil, diz Ardenghy

Segundo presidente do IBP, este foi um ano muito importante para o Brasil na OTC, com aumento de 15% na participação em relação aos anos anteriores e quase mil pessoas presentes; muitos brasileiros participaram dos painéis técnicos e empresas expandiram suas relações comerciais

Por Walter Colton

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O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, na reunião da indústria naval com a Petrobras, em Houston (Foto: Divulgação IBP)

A indústria de petróleo e gás precisará atender às demandas energéticas do mundo por um período mais longo e tem como grande desafio reduzir suas emissões de CO₂ e seus custos, a fim de contribuir para a mitigação dos problemas ambientais, enquanto a transição energética avança.

Esse foi o principal fator evidenciado na OTC 2025, encerrada quinta-feira (8) em Houston, na avaliação do presidente do IBP, Roberto Ardenghy, que liderou a representação institucional de uma das mais importantes delegações empresariais, que incluiu a maior contratante offshore do mundo, a Petrobras.

Em entrevista concedida à Brasil Energia, Roberto Ardenghy fez um balanço do evento, que este ano teve participação recorde de brasileiros, 15% maior que a dos anos anteriores. Ele destacou que este foi um ano importante para o Brasil na conferência, pois permitiu expandir a interface com empresas de diversas partes do mundo.

Veja a entrevista a seguir.

Brasil Energia – Como avalia a participação do Brasil nesta OTC? De que forma os debates podem beneficiar o setor de O&G brasileiro?

Roberto Ardenghy – Este foi um ano muito importante para o Brasil na OTC, com um aumento de 15% na participação em relação aos anos anteriores e quase mil pessoas presentes – talvez a maior participação estrangeira até hoje. Empresas brasileiras se prepararam o ano inteiro para essa conferência importante. Muitos profissionais brasileiros participaram de painéis técnicos, e as empresas brasileiras puderam se reunir e discutir a expansão de relações comerciais com outras companhias presentes no evento.

Brasil Energia – Que tendências a conferência mostrou para o setor?

Roberto Ardenghy – Ficou confirmado que o mundo continuará dependendo do petróleo e que não haverá uma transição rápida para as energias renováveis. Isso será uma maratona para a indústria do petróleo, que deve continuar focada na redução das emissões de CO₂. Foram discutidos muitos projetos de pesquisa e novas tecnologias para ajudar a indústria offshore. Neste momento, as renováveis – como eólica offshore, hidrogênio e outras – ainda estão em desenvolvimento técnico, e os custos permanecem muito altos. Assim, como o planeta ainda precisará “depender do petróleo” por mais tempo, o desafio para a indústria é desenvolver melhores métodos de descarbonização e reduzir as emissões de CO₂. No pré-sal, a Petrobras conseguiu reinjetar 40 milhões de toneladas de CO₂, o que é uma conquista significativa. Entre os avanços tecnológicos estão a eletrificação de plataformas, que reduz o consumo de energia em 15% — a demanda elétrica de uma plataforma é semelhante à de uma cidade de 200 mil habitantes; a separação do petróleo e do gás natural no fundo do mar, um avanço tecnológico importante; e a digitalização e uso de inteligência artificial para segurança e redução de CO₂. Entretanto, há produtos que continuarão exigindo o uso de petróleo, como lubrificantes; petroquímicos (gás natural); ativos irrecuperáveis (stranded assets).

Brasil Energia – O que o IBP acha do desafio colocado pela Petrobras para a cadeia produtiva sobre simplificação e redução de preços para sua carteira de encomendas? 

Roberto Ardenghy – Esse não é um desafio apenas para a Petrobras, mas para toda a indústria. Todas as cadeias de suprimento da indústria de petróleo devem atuar dentro desse contexto para reduzir custos sempre que possível. Com os preços do petróleo atualmente na casa dos US$ 60, isso se torna ainda mais crítico. Mas a indústria precisa sempre estar preparada para as oscilações de preços, especialmente neste momento geopolítico complexo.

Brasil Energia – O IBP está ajudando na costura de parcerias entre estaleiros estrangeiros e brasileiros? 

Roberto Ardenghy – O IBP está trabalhando intensamente para aproximar estaleiros estrangeiros dos estaleiros brasileiros. Estaleiros estrangeiros podem colaborar com estaleiros brasileiros para produzir partes de FPSOs, por exemplo, o que também atende às exigências de conteúdo local dos contratos. O IBP está apoiando os estaleiros brasileiros nas conversas com grandes estaleiros da China, Singapura, Vietnã, Malásia e Dubai. O IBP realizou recentemente dois eventos no Brasil e dois nos EUA. Estaleiros brasileiros como o Brasfels, Jurong Aracruz, Ecovix, entre outros, podem trabalhar com estaleiros estrangeiros para atender às exigências de conteúdo local e abastecer de forma eficiente a indústria petrolífera brasileira.

Brasil Energia – Quando fica pronto o estudo de reaproveitamento das plataformas que o IBP está fazendo com o Sinaval para a Petrobras?

Roberto Ardenghy – A análise sobre a viabilidade do reuso efetivo das plataformas está em andamento, e a meta é que ela seja concluída em 2025. No entanto, neste momento, ainda não é possível definir uma data exata, pois a análise segue em curso.

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