Revista Brasil Energia | OTC 2025

Petrobras quer ouvir o mercado antes de revisar projetos

A empresa está disposta a mudar a rota das licitações para viabilizar investimentos num cenário desfavorável de baixa do preço do petróleo. A decisão sobre mudanças será tomada após ouvir fornecedores

Por Walter Colton e Fernanda Nunes

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Gerente Executivo de Suprimentos da Petrobras, Alexandre Alves

Com a cotação do petróleo em queda, aumenta a preocupação da Petrobras com os preços dos equipamentos e serviços. Para fazer frente ao desafio, a estatal está disposta a deixar os projetos mais enxutos e pretende fazer isso após ouvir o mercado. A empresa quer ampliar o leque de fornecedores durante a OTC, em Houston, nesta semana, onde há 280 inscritos e uma lista de espera para o evento ‘How to do business with Petrobras", na próxima quarta-feira (7).

“Hoje temos um desafio por causa da escalada de preços (dos equipamentos e serviços). Por isso, estamos revisitando alguns projetos junto com o mercado. A gestão está ouvindo o mercado, dando a ele a importância que ele tem”, afirmou Alexandre Alves, gerente executivo de Suprimentos da estatal, à Brasil Energia

Na última semana, a Petrobras prorrogou o prazo de entrega de proposta da licitação da plataforma P-86, que deve ser instalada nos campos de Marlim Leste e Marlim Sul, e cancelou o bid do FPSO de revitalização do complexo Barracuda-Caratinga, que deve ser relançado sob novas condições. 

No evento ‘How to do business with Petrobras’, a empresa quer esclarecer e desmistificar as licitações, além de ouvir do mercado o que pode ser feito para atrair competidores para as concorrências.  

“A fila de espera (para participar do evento) demonstra que o mercado fornecedor quer ouvir a Petrobras. Vamos mostrar o plano de negócios e escutar as dificuldades para que caminhem conosco no Brasil. São dificuldades que conseguimos transpor juntos”, ressaltou Alves. 

Em qualquer contexto, a formação de parcerias das fornecedoras estrangeiras com a indústria nacional continua sendo uma prioridade para a Petrobras, segundo Alves. Ele ressalta que, apesar da preocupação com o quesito ‘preço’, outras variáveis pesam nas decisões de contratação pela empresa, como o conteúdo local. O prazo de entrega dos produtos, a segurança dos trabalhadores, a integridade, o compliance e o respeito aos direitos humanos também são pilares estratégicos. 

Alves é um entusiasta da formação de parcerias de estaleiros asiáticos, como chineses e coreanos, com brasileiros. O gerente executivo lembra que duas empresas nacionais, e não estrangeiras, venceram em consórcio a concorrência para a construção de quatro navios do tipo Handy para a Transpetro, no fim do ano passado - a Ecovix, do Rio Grande do Sul, e a Mac Laren, do Rio de Janeiro - , o que demonstra a força da indústria nacional.

Alves refuta que a licitação não tenha sido competitiva, porque, apesar de o consórcio ter sido o único a apresentar proposta, foi grande a movimentação de interessados durante o processo de licitação. Ele acredita ser possível que as chinesas e coreanas tenham ficado receosas com os competidores brasileiros, “que estão com a braçada forte”, em sua opinião.

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