Revista Brasil Energia | OTC 2025

Petrobras vai descomissionar 68 plataformas

Empresa diz na OTC 2025 que tem compromisso de fazer um programa de descomissionamento eficaz, com inovação, proteção ambiental e geração de valor para a sociedade

Por Walter Colton

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Carlos Castilho, gerente execuivo de Descomnissionamento da Petrobras (Foto: Walter Colton)

A Petrobras tem uma carteira de quase setenta plataformas para descomissionamento, que inclui duas este ano, somando dez unidades até 2029 e, a partir desta data, mais 58 plataformas. A programação foi apresentada nesta terça-feira (6) pelo gerente geral de Projetos de Descomissionamento da Petrobras, Carlos Castilho, no painel Beyond the Horizon: Innovating Offshore Decommissioning for a Sustainable Future promovido na OTC 2025, em Houston, no Texas.

Segundo o executivo, a empresa está focada em fortalecer parcerias para estabelecer um programa de descomissionamento eficaz, com inovação, proteção ambiental e a geração de valor para a sociedade. Ele afirmou que que o desafio da Petrobras é o descomissionamento em águas rasas e profundas.

Apesar da programação de unidades a serem descomissionadas, o gerente da Petrobras informou que ainda não há data definida para a próxima licitação. Ele explicou que a empresa está trabalhando para estabelecer formas mais eficazes de operar com portos e estaleiros, melhorando a logística do descomissionamento.

Carlos Castilho também destacou que a missão da Petrobras é focar em um sistema técnico sustentável para o descomissionamento. “O objetivo principal é reduzir riscos e proteger o meio ambiente”, ressaltou, acrescentando que a empresa também está desenvolvendo métodos de limpeza mais eficientes para usar menos água e reduzir a quantidade de efluentes.

A empresa está utilizando o modelo avançado de Building Information Modeling (BIM), um processo que envolve representações digitais das características físicas e funcionais de uma embarcação. Essa abordagem é usada para simular e otimizar projetos de navios, incorporando diversas disciplinas de engenharia.

Além da programação do descomissionamento, a Petrobras também está buscando formas de reutilizar equipamentos e materiais. O gerente explicou que a empresa adota uma estratégia de atracação e está priorizando a reutilização de plataformas em vez do simples descomissionamento e reciclagem. No entanto, há aspectos submarinos bastante complexos envolvidos em todo o processo.

No painel da OTC, o vice-presidente senior de Descomissionamento da Promethean Energy Management, Steve Louis, falou sobre como sua empresa tem conseguido afundar plataformas no leito marinho do Golfo do México para criar recifes artificiais, em vez de apenas vendê-las como sucata.

Sobre a adoção dessa iniciativa no Brasil, o gerente da Petrobras comentou que a empresa tem interesse, mas observou que a legislação brasileira é um pouco mais restritiva. Segundo Carlos Castilho, para que o Brasil avance no descomissionamento offshore, o principal é fortalecer as parcerias entre fornecedores, operadoras e o governo.

“Felizmente, no Brasil, a Petrobras trabalha com cerca de 70 estaleiros para reciclar suas plataformas, mantendo uma colaboração constante com eles”, afirmou.

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