A Petrobras está avaliando três rotas para o duto do Centro-Oeste, mas nenhuma ainda foi definida, disse Daniel Sales Correa, gerente executivo de Comercialização no Mercado Interno da estatal, durante painel no Rio Pipeline & Logistics 2025, no Rio de Janeiro (RJ), nesta quarta-feira (10). 

"O que determina a escolha de uma rota? Vários fatores, como: a facilidade da obtenção da licença; a facilidade de encaminhamento, ou seja, se já existem faixas de dutos; se eventualmente a gente vai ter alguma sinergia com algum parceiro que queira desenvolver conosco e ele pode, de alguma maneira criar uma rota que o favoreça... Isso tudo ainda está muito incipiente", disse Correa em conversas com jornalistas. 

Bruno da Costa Favilla Ebecken, gerente executivo de Manutenção, Integridade e Sistemas de Dutos da Transpetro, ressaltou que o Oleoduto São Paulo-Brasília (Osbra) não é suficiente atualmente para atender a demanda do Centro-Oeste. "Se não tivéssemos o Osbra, teríamos mais 13 mil viagens de caminhão por mês para completar o abastecimento. Nós temos uma infraestrutura que foi preparada pensando no mercado de 1996. E hoje temos uma fronteira agrícola abrindo, que demanda um investimento em infraestrutura madura", afirmou Ebecken. 

No entanto, existem desafios. "O duto é um ativo de alto investimento, e não é barato construir um duto no Centro-Oeste. Temos ainda o desafio do licenciamento ambiental, tendo em vista que o duto deve passar por áreas de preservação. E ainda temos os desafios legais e regulatórios. Seria importante, por exemplo, que tivéssemos uma linha de financiamento para a construção de dutos no Brasil, semelhante ao que ocorre com embarcações pelo Fundo da Marinha Mercante", argumentou o gerente executivo. 

O diretor Comercial e de Novos Negócios da NTS, Helder Ferraz, também participou do painel "Desenvolvimento da Infraestrutura Dutoviária para o Centro-Oeste Brasileiro".